
Bota-fora
Há quem não goste de despedidas. Quem não suporte o peso das malas, o choro doído, o abraço eternizado diante da perspectiva de um “até mais”, “volta logo”, “dá notícias”, “a gente se vê”. Ou “adeus”, “nunca mais”, já vai tarde”, “acabou”, o que acaba intensificando a dor dessa tênue linha que separa a presença da ausência. Há quem sofra de saudade antecipada, elaborando a falta antes mesmo que ela aponte no coração. Há quem sofra de saudade crônica, engessada na alma, paralisada naquele