E aí alguém que você amava muito já não está mais aqui. De carne e osso. De vento em popa. De braços abertos para um abraço, um café, um sorriso largo. E aí você gruda na falta, feito Super Bonder. Que de super não tem nada. Cola dor, lágrima, cola o pé no asfalto quente, cheio de cacos de vidro. 50 graus e está frio, gelado, ferido, dureza de vida sem ele ou sem ela, pedaço imenso de você que também se foi, emoção que não se nomeia.
E aí você acha que não vai dar conta. Volta no passado e se lembra de tudo o que poderia ter feito e não fez. De tudo o que poderia ter dito e não disse. De tudo o que poderia ter sido e não foi. Oi. Tchau. Te amo. Adoro sua companhia. Durmo pensando em você. Meu porto seguro. Meu colo. Meu pai. Minha mãe. Meu tudo.
E aí você pega o chicote e bate. Forte. Dói. Mói. Mais feridas, só que agora no corpo inteiro. No coração morrendo de sede. Na alma em estado de sítio, greve de fome.
E aí alguém te diz para largar o chicote e trocar por flor; que na verdade, o grande requisito para a culpa é o amor. Que se você soubesse, se você pudesse, se tivesse constantemente os olhos pra dentro, ia fazer diferente. Mas não é Deus, esqueceu? Fez o que deu conta de fazer, querido(a) ser humano de carne e osso.
Quando você volta o olhar para o amor, você deixa a dor. E a culpa vai ficando pequena, serena, feito grão de arroz.
O que não foi não foi. Mas a essência do que é para sempre será. Não importa quanto tempo passe e com que força a saudade bata na porta, arrombando a alma, ainda há o amor, esse gentil escritor, para continuar a história.
Anonymous says
Renata, muito lindo! Parabéns!
MCCR says
É um privilégio quando Deus coloca em nosso caminho alguém que tem o dom de iluminar a escuridão gerada por nossas dores, pela perda de nossos amores. Alguém que perceba, entenda e respeite a intensidade de cada sentimento que transborda de nossa alma, de nosso coração.
Desejo, Renata, que ELE a recompense, abençoe, proteja e guarde, agora e sempre, mantendo e fortalecendo os inúmeros dons que você tão bem sabe distribuir a milhares de pessoas com extrema delicadeza, doçura e sensibilidade.
Meu abraço com afeto e grande admiração.
Cris
Renata Feldman says
Obrigada, Anônimo! Obrigada pela visita, volte sempre!
Renata Feldman says
Cris querida, o que dizer de um comentário tão lindo feito o seu? O que sentir, então? Alegria, emoção, carinho e um tanto enorme de gratidão. Muito obrigada! Abraço carinhoso!
Anonymous says
Renata, é um sentimento que não dá para descrever. A falta. O nunca mais. O mundo se acaba. O coração chora, pede colo e se tranca. Cadê o Porto Seguro? Por isso, é necessário que Deus coloque pessoas iluminadas como você na nossa vida. Para nos confortar com suas palavras escritas e ditas com tanta simplicidade e emoção. Obrigada por entender tamanha dor e ser capaz de ajudar a amenizá-la! Adriana
Renata Feldman says
Adriana querida, quanta emoção na sua escrita, quanta sensibilidade no seu olhar!…
Seu comentário é um poema, registro lindo do que sentimos diante de um fim. Fim que não cessa nunca no fim, mas se transforma em recomeço através do amor.
Se depender de mim, seu coração terá sempre caixa de lenço, colo, chave, porto seguro.
Eu é que agradeço, muito.
Abraço carinhoso!
Anonymous says
E eu que já sou dona de um choro fácil, quando leio o que sinto no formato de um poema fico como??
Uma caixona de lenços, por favor??
Beijos, Paulinha
Renata Feldman says
Deixa chorar, Paulinha!… Deixa lavar a alma e iluminar o coração!…
Abraço carinhoso, minha querida!