Vida

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Guarde na memóriaVida

Guarde na memória

Tem coisas que você não se lembra mais. Tem coisas que grudam na memória como Super Bonder. Super doídas, absurdamente vivas, capazes de arrancar pedaço e tirar o sono. Tem gente que se pergunta como é que a ciência ainda não inventou a pílula do esquecimento. Quem dera esquecer o trauma, o susto, a dor que decidiu não parar de doer. E quem é que disse que precisa de ciência para apagar a memória? Basta ser gente. Basta ter um cérebro, um nome, um RG, uma família, um endereço para se esquec

9 de nov. de 2012Ler mais →
Primeiro de NovembroAmor

Primeiro de Novembro

Amanheço. Agradeço. Enterneço de amor pela montanha que faz nascer o sol. Choro olhos enluarados de emoção. Agradeço a todos os santos, todos os anjos, todo santo dia por este novembro que nasceu poema. Primeiro de novembro. Te escrevo, te leio, te recito, te lembro. Entardeço. Agradeço. Enterneço de novo de amor pela montanha que guarda o sol, por cada pedaço seu que mora em mim. Adormeço nunca esse amor que não tem fim.

1 de nov. de 2012Ler mais →
Motivo nenhumAmor

Motivo nenhum

Não era seu aniversário. Nenhuma data especial, nenhum evento extraordinário no calendário. Nada importante a comemorar, a não ser a própria vida. SUA vida, inteira e simplesmente. Passou numa floricultura, saiu perfumando a rua. Passou no salão, marcou um spa de pé. Passou a mão na bolsa, foi namorar vitrine. Lingerie, boulangerie, sortie. Saiu de fininho, à francesa, de um relacionamento há algum tempo engessado. Entrou na delicatessen e sorveu o perfume dos vinhos. Delicadamente.

1 de out. de 2012Ler mais →
Dia do PerdãoAmor

Dia do Perdão

Quebro meu jejum de quase trinta dias ao fim do Yom Kipur. Jejum de palavras, rimas, versos, vírgulas. Quase morro de inanição. Sinagoga cheia (nunca vi tão cheia) no Dia do Perdão. Cheia de raízes, netos, filhos. Cheia de Deus, de mim, começo e sim. Lindeza de gente reunida pelo perdão. Pelas perdas que vieram antes dele. Pelo coração deficitário de amor, urgente de paz, infartado de dor. E aí vem a reza, o canto, as velas acesas pelas crianças. Vem a esperança de regar o que se

26 de set. de 2012Ler mais →
Rotina de trabalhoTrabalho

Rotina de trabalho

Trabalho no oitavo andar com vista pro mar. Entre uma pausa e outra, café com biscoito, descanso os olhos sobre o verde-azul infinito que decora o fundo de tela do meu computador. ………………………………………………………….. Trabalho no oitavo andar com vista pro AMAR. Entre uma caixa de lenço e outra, detenho os olhos sobre as mais variadas espécies de dor. A dor de quem perdeu alguém. A dor de quem procura alguém. A dor de existir. A dor de sumir. A dor de amar. A dor de remar. A dor de crescer. A

29 de ago. de 2012Ler mais →
Uma judia no campo de concentraçãoVida

Uma judia no campo de concentração

O inesquecível roteiro de viagem à Alemanha incluía castelos medievais, sinos no café da manhã, alpes com neve margeando a charmosa Estrada Romântica. Campo de concentração não. Não combinava, não precisava, absolutamente não fazia parte dos nossos planos. Mas como em determinado momento a viagem a dois se transformou num grupo de vinte, e em grupo há de haver flexibilidade e jogo de cintura, os planos acabaram mudando. Em poucos minutos estávamos no trem para Dachau, famoso campo de concent

16 de jun. de 2012Ler mais →
Tudo se transformaMulheres

Tudo se transforma

Quem diria. O céu que amanheceu cinzento ganhou cor ao meio-dia. Céu de brigadeiro. A chuva que insistia em cair mudou de ideia e de rumo. Deu lugar ao sol, solamente. O frio foi embora, levado por uma corrente marítima talvez. Levado de levadeza. Fez calor. Fez falta, festa e sim dentro de mim. Chapeuzinho Vermelho ficou lá longe, distante, acenando para a mulher já quase a correr com os lobos.

6 de jun. de 2012Ler mais →
"Pauseada"Amor

"Pauseada"

Depois das emoções dos últimos acontecimentos, o blog volta à sua vidinha normal, mas não sem antes prestar homenagem ao nosso querido Carlos Drummond de Andrade, que uma vez disse: “A vida necessita de pausas.” (…) “Pauseada” que estou, vim buscar novas emoções e – como diz o Dé, inspiração – nas indescritíveis e apaixonantes paisagens da Alemanha, Áustria, Suíça. Tão perto das minhas raízes, vim florescer em outras terras o amor que perfuma minha vida faz tempo. Vim descobrir castelos m

23 de mai. de 2012Ler mais →
Receita do Amor em PedaçosAmor

Receita do Amor em Pedaços

Ingredientes: * 102 páginas de emoção, alegria, prosa, poesia. * Amor de mãe, de pai, de filho. * Amor dos namorados e dos bem-casados. * Cartas de amor, carpe diem, aniversário de casamento, último beijo. * Pedaços de amor por toda a parte. Modo de fazer: Misture tudo, leve com você onde for, leia com os olhos e o coração. A receita deu tão certo que acabou tudo ontem. Mas no dia 12 tem outra fornada de Amor em Pedaços pra quem perdeu. A partir das 10:30 h no Café Book – Rua P

10 de mai. de 2012Ler mais →
BotoxMulheres

Botox

A mãe dela morreu. Assim que ouviu a notícia, chorou compulsivamente, fez uma ligação rápida e saiu cantando pneu. Em cinco minutos estava no salão de beleza, se desmanchando diante do espelho. Quem via a cena se perguntava se o problema era por causa da tinta ou do corte. [Corta]. ******************************************* Manhã de sol, piscina da academia cheia, aula de hidroginástica. Colocou o maiô e a touca de banho amarela, estampa de florzinha. Do alto dos seus 80 anos, ainda tinh

21 de abr. de 2012Ler mais →
AceitaçãoVida

Aceitação

  Aceita um café? Cineminha no final da tarde? Baile de formatura? Aceita um elogio, moça bonita? Trabalhar numa pousada em Tiradentes? Balinha pra adoçar a vida? Aceita esse moço como seu legítimo esposo? Quem sabe um cadinho de bolo? E quando o tempo fechar, aceita um pouco de chuva? Céu cinzento, lamento. Ombro amigo, plantão 24 horas. Rugas de expressão, aceita? Incompatibilidade de gênio, sim ou não? Briga de irmão. Silêncio e sermão. A vida é assim, desculpe a franqueza. Mas também é

3 de abr. de 2012Ler mais →
PresenteVida

Presente

Não, você não está sozinho. Não é o único a colecionar traumas de infância, espinhas de adolescente, medos de gente grande. Se olhar pra trás vai enxergar um tanto de coisa. Seus fantasmas, seus tesouros, seu baú cheio de pó e cadeado. Mas a vida pede cadência, meu amigo. Pede que se olhe pra frente, cabeça erguida, um passinho por favor. O sol já nasceu e morreu um trilhão de vezes, a água que passou naquele rio não passa mais, só se faz 50 anos uma vez. O que é que você está faz

23 de mar. de 2012Ler mais →