Vida

Artigos em Vida

Cura de quê?!Amor

Cura de quê?!

Fico pensando (e esse pensamento dói) no quanto algumas profissões são exercidas de forma leviana, negligente, doente. Profissão é algo sagrado, meu caro. Tem a ver com ganha-pão, honestidade, respeito, realização. Trabalho sério, principalmente quando se lida com gente. Principalmente quando se assenta numa mesa para criar ou aprovar projetos de lei. Projetos que não são de lego nem credo, não se montam como se fossem brinquedo. Projetos de lei, meu caro, envolvem também projetos de vida.

21 de jun. de 2013Ler mais →
ProtestoVida

Protesto

Existe uma lei universal de causa e efeito, simples de entender. Tudo o que você faz gera uma resposta, mesmo que muitas vezes silenciosa. Sua fala, seu rompante, seu abraço ou distância reverberam longe, já que você não é uma ilha e absolutamente não está sozinho nesse mundo. Eu, que aqui escrevo para desintoxicar meu sistema nervoso das loucuras e absurdos que vejo por aí, causo certamente um efeito em você. A forma negligente, desrespeitosa e doente como o nosso país vem sendo

15 de jun. de 2013Ler mais →
EnganoFilhos

Engano

Por engano dois bebês são trocados logo após o nascimento. Por engano, susto, pânico eles se misturam no refúgio, nascidos que foram em meio ao bombardeio. O menino israelense ganha o colo da mãe palestina. O menino palestino ganha o colo da mãe judia. Os meninos crescem, a verdade aparece com a força de uma granada. Apesar das diferenças tão abissais e gritantes, os dois filhos se encontram. As duas famílias se reúnem para jantar. Os olhares se cruzam. Os lábios entoam uma canção

23 de mai. de 2013Ler mais →
Diante do muroHomens

Diante do muro

É de pedra, emoção, tijolo e terra o meu lamento. Pelas mulheres que não podem rezar. Pelos homens que desaprenderam a amar. Pelas crianças esquecidas. Pelo adoecer repentino. Pelos encontros tão doídos. Pelo diálogo surdo. Pela polêmica vazia. Congresso de azia. Pelo grito mudo. Vida no escuro. Rua sem lua. Pelo amor de Deus, que lê os bilhetes do mundo. É de letra, luz, rascunho e rima o meu intento.

15 de mai. de 2013Ler mais →
RotinaVida

Rotina

“Um, dois, feijão com arroz.” Fez onde, esse curso de robô? Roubou seu tempo, economizou conversa jogada fora, suas estrelas deixou de contar. Toca o despertador. Começa o noticiário. Árido o dia que termina assim. Tão no automático. No imediático, se é que existe palavra assim. Brinca de parar o tempo, menino. Tanta coisa pra fazer, alma trancada no sótão. Sai da catatonia, fura a monotonia como surfista quebrando onda. Vai morrer de amor mas não morre na praia. Sai do padrão, fa

2 de mai. de 2013Ler mais →
FaltaVida

Falta

A história você já conhece: a gente nasce, cresce, envelhece e morre um dia. (Não necessariamente nesta ordem.) Mas o tal do morrer assusta, por mais “natural” que seja. É que o “natural” também passa pelo forte impacto do factual, da concretude da perda, do fim mais finito. Quem parte vai virar etéreo, anjo, estrela, na melhor explicação que costuma se dar às crianças. Quem fica precisa se acostumar com a presença doída, moída, torturante de uma ausência que não estava no script,

10 de abr. de 2013Ler mais →
ApaixonadamenteVida

Apaixonadamente

Mania essa de viver apaixonadamente. De transformar cada gota de suor, sonho, travessia em grito de gol. Alçar vôo, romper o chão. Roubar a lua para pôr nos olhos. Audaciosa e escancaradamente. Deixar à mostra essa alegria que te move, te acorda, te faz. Fazer o para-casa, sair de casa, mostrar ao mundo a sua cara. Hospedar o Paul, lotar o estádio, fazer o melhor café do mundo. Pura energia, sintonia, música que não desafina. Voltar a enxergar. Voltar a andar, mesmo que numa cad

3 de abr. de 2013Ler mais →
Tempo das cavernasFamília

Tempo das cavernas

Adultos, hora do recreio. Prepare-se para a pipoca, o riso e a emoção de “Os Croods”, um filme impactantemente delicioso. Impactante pelos cenários coloridos, abalos sísmicos em terceira dimensão, invenção do fogo. (Sim, você quase havia se esquecido que ele foi inventado um dia.) Prepare-se para conhecer uma típica família do tempo das cavernas, conectadíssima com a fome, os perigos do mundo lá fora, a necessidade de sobrevivência. Prepare-se para se encontrar com o seu adulto pós-moderno

28 de mar. de 2013Ler mais →
Santa MariaVida

Santa Maria

Não. Nem luto oficial de sete dias. Nem todas as flores do mundo. Nem cem minutos de silêncio ou palavras proferidas. Nem mil microfones para gritar, chorar, denunciar a violência de uma dor que tomou tudo, devastou tudo. Cessou a música, derrubou sonhos, asfixiou a alegria, interrompeu lindas travessias de vida. Finda. Fenda. Venda nos olhos pra não ver um morrer tão gigantesco, consternado e doído. Não. Nada apaga a tristeza, o vazio, a forma absurda desse fim. Santa Maria. O nome da cida

27 de jan. de 2013Ler mais →
Feliz 2013Vida

Feliz 2013

7 de jan. de 2013Ler mais →
Começo do mundoVida

Começo do mundo

Os maias que me perdoem, mas prefiro pensar no antônimo mais lindo de fim. Sim, nada de fim. Começo, como eu mereço. Como você, seu mundo, seu pequeno grande universo merecem. E ponto final. Ou melhor, reticências. Enche de reticências a sua vida, enche de alegria cada página em branco, cada possibilidade imensa e rica da continuidade. Então, já que o mundo está só começando, que tal pensar em tudo aquilo que você deixou parado na gaveta há um bom tempo? Todas as suas rugas, rusgas, sinal

20 de dez. de 2012Ler mais →
DevaneiosVida

Devaneios

Perdeu a hora. 40 minutos, para ser mais exata. Atrasada para o trabalho, agradavelmente adiantada no sonho. Quase no finzinho, por que é mesmo que tinha que acabar? Esdrúxulo. Imprevisível. Indizível para o seu analista. Inanalisável, se é que existe essa palavra. (Existe.) Desejo, anseio, seios fartos para alimentar um berçário inteiro. 40 minutos de um efeito anestesiante vindo daquele sonho. Idos e findos, mistura de montanha-russa com surfe, logo ela que tinha fobia de altura e não sabia

3 de dez. de 2012Ler mais →