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Artigos em Vida

A paz que ele me trazTrabalho

A paz que ele me traz

Não é a primeira vez que falo de você por aqui. Por mais que a geografia nos separe e impossibilite uma convivência diária, de uma forma ou de outra a gente acaba se encontrando. Você está na minha rotina de trabalho, nos olhos de quem chora; você está bem ali, na esquina entre o pensamento e o coração, quando essa mesma rotina precisa naturalmente – merecidamente – se quebrar. (“A vida necessita de pausas”, já dizia Drummond, sempre é bom lembrar.) Depois de algum tempo longe de você,

20 de jan. de 2017Ler mais →
RotineiramenteTrabalho

Rotineiramente

Há quem não goste da rotina. Que reclame da segunda, terça, quarta-feira; que leia tédio onde se vê casa, casamento, trabalho. Zero de emoção no relógio que toca sempre à mesma hora, na lista de afazeres que não se reinventa, no velho e bom pão com manteiga de sempre. Há, no entanto, quem sinta gosto de alegria a cada novo e repetido dia. Oxigênio entrando, gás carbônico saindo; cheirinho de café perfumando a casa e acordando os neurônios mais dorminhocos; noticiário religiosamente no mesmo

10 de jan. de 2017Ler mais →
Segredos de última horaVida

Segredos de última hora

Um passarinho me contou que você vai ter a melhor virada de ano da sua vida. Com direito a beijos, abraços, alegria e sintonia, comidinhas gostosas, taças se encontrando, lista de pedidos, muita dança e cantoria, fogos de amor e artifício. Contagem regressiva. Regressivíssima. Vira a página, vira pelo avesso, acredita no que virá. Sim. Aceite. Comemore. Abra os braços. Festeje. Que venha um 2017 especialmente lindo, cheio de luz e leveza, trazendo tudo de bom que você já sonhou um dia.

31 de dez. de 2016Ler mais →
Salva-vidasVida

Salva-vidas

Há exatamente um mês eu chorei aqui, segurando sua mão, pela queda do avião da Chapecoense. “Cai o avião, caímos todos nós”, este foi o melhor jeito que encontrei de definir essa dor imensa e conjunta. Ontem assisti “Sully – O Herói do Rio Hudson”, e chorei também. Mais uma história real, só que dessa vez com final feliz: 151 passageiros e 4 tripulantes a bordo, todos de volta pra casa, milagrosamente, depois de um pouso forçado nas geladas águas do Rio Hudson. Pelas asas do avião, pelas as

29 de dez. de 2016Ler mais →
Esconde-encontraVida

Esconde-encontra

Presentes, anseios, sonhos, abraços, lampejos. Dezembro aconchega a gente e nos convida a olhar pra dentro. Longe dos shoppings, da fila de carros, do cansaço acumulado e da poeira dos dias, aqui estamos. Vivos, graças a Deus. Pausa, altas, respira. Onde está você? Preso no engarrafamento? No lamento do que poderia ter sido e não foi? Na escuridão dessa tristeza que nem mesmo estrela cadente consegue acender? Livre pela missão cumprida, pelas decisões tomadas, pela beleza de cada muda

21 de dez. de 2016Ler mais →
Somos todos chapecoensesVida

Somos todos chapecoenses

Há algo que nos torna iguais. Profundamente iguais. Num instante temos todos o mesmo credo, raça, religião, identidade, gênero. Temos as mesmas artérias a pulsar no peito, a mesma pressão a despencar no chão, as mesmas vias lacrimais em perfeito funcionamento. Num instante somos igualmente homens, mulheres, torcedores, jogadores, filhos de Deus. Humanamente choramos a máquina derrubada, o luto coletivo, o estádio vazio. Derrubados ficamos também. Somos ascensão e queda, alegria e tris

29 de nov. de 2016Ler mais →
PerdasVida

Perdas

Ninguém acorda um dia sonhando em perder algo ou alguém. “- Meu Deus, me ajuda a perder muitos amigos hoje.” “- Muito dinheiro.” “- O amor da minha vida.” “- Minhas fotos, meus planos, minha casa.” “- Meus pais, minha paz, meu chão.” “- Muitos pontos em matemática, me ajuda a perder. “- Aquele namorado que eu custei a arrumar.” “- Meu emprego de vinte anos.” “- Minha lucidez, minha liberdade, minha energia, me ensina a perder.” Não. Perder é verbo derradeiro, doído, sofrid

15 de nov. de 2016Ler mais →
Pelos cotovelosVida

Pelos cotovelos

Fala sem parar, por falar, se esqueceu (?) de sentir. Frio? Abandono? Medo? Tristeza? Alegria? Sentimento ainda não descoberto, não nomeado? Coração tomou anestesia, paralisado de taquicardia, amordaçado ficou, relógio parou. Insônia. Fala do tempo, do vizinho, do político, do padeiro, da labuta. Fala da certeza que não tem, do ônibus que não vem, do trampo e do santo, dos milagres tão escassos. Em falta. “Calor danado, precisando chover.” Distância doída, cansou  de sofrer. Sob

27 de out. de 2016Ler mais →
Eternos recomeçosTrabalho

Eternos recomeços

Quarta é dia de aula. Vou pra “minha” FUMEC feliz da vida, me encontrar com uma das turmas mais adoráveis que já tive na vida: a turma do NEETI (Núcleo de Estudos Escola da Terceira Idade). Este semestre a minha disciplina é “Emoção em Prosa e Verso”, você pode imaginar o quanto “me divirto”. Carlos Drummond de Andrade, Cora Coralina, Adélia Prado, Rubem Alves, Lya Luft, Cecília Meireles são alguns dos nossos convidados de honra. Colocamo-nos diante deles, olhos iluminados e alma emudecida,

5 de out. de 2016Ler mais →
Para o dia começar bemVida

Para o dia começar bem

Acordo cedo, um pouco antes do despertador. O dia bem começa e o relógio já quer conversar comigo, autoritariamente me ditar ordens. Fecho os olhos, respiro do jeito que a ioga me ensinou,  escuto uma sinfonia de de bem-te-vis  na janela. Voo junto com eles e deixo pra trás meu notebook mental de última geração,  o botão de power já ligado e a tela de descanso tomada por uma lista de afazeres, descanso mesmo só lá pelo item 59. Inspiro profundamente e de longe espio suas luzes se acenderem

20 de set. de 2016Ler mais →
LembreteVida

Lembrete

  Só pra lembrar: * crianças crescem rápido. * abraços encurtam distâncias. * beijos  provocam uma revolução. * mudanças fazem parte. * pedestres têm preferência. * filhos pedem limite. * preces iluminam o dia. * luto é pra ser vivido. * raízes florescem. * desencontros acontecem. * você não é perfeito(a). * amigos pra sempre não se perdem com o tempo. * um ciclo se fecha pra outro se abrir. (Feliz Ano Novo, em pleno setembro, cheio de pôr-do-sol virando poema na sua varanda.

31 de ago. de 2016Ler mais →
O melhor de mimAutoestima

O melhor de mim

As Olimpíadas se despedem, deixando pra nós suas medalhas, batalhas, abraços, percalços. Volto ao dia da abertura: luzes, efeitos, cores, coreografias, músicas e – pra completar (pra brilhar os olhos e paralisar todos os músculos faciais) – os passos majestosos da nossa garota de Ipanema, “poetizando seu balançado e fazendo o mundo inteirinho se encher de graça”. Não sei você, mas dentro de mim percebi transmutar sentimentos de descrença, receio e vergonha em orgulho. É como se, naquele i

21 de ago. de 2016Ler mais →