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Artigos em saudade

SaudadeVida

Saudade

Oi, quanto tempo. Como está você? A quantas anda? Espero que esteja bem. Pulei setembro, outubro já está de malas prontas, não sei mais o que fazer para acalmar essa ventania dos dias, meses, horas. Quanta pressa em ir embora, não para nem pra tomar um cafezinho. Respira, calma, pausa, alma. Pra que tanta correria, Senhor Tempo? Não quer se assentar um pouco? Faço um cappuccino no capricho, especialidade da casa, só dois minutinhos. Ou prefere um chá de camomila com baunilha e mel, p

17 de out. de 2021Ler mais →
Baixe o aplicativoAmor

Baixe o aplicativo

Vivemos tempos pós-modernos, cheios de “ades”: individualidades, efemeridades, “automaticidades”, “celularidades”. (Já inventaram até aplicativo pra você ver como vai ficar em avançada idade, está “bombando” por aí.) Neologismos à parte, às vezes almoço sozinha e a experiência acaba sendo  um prato cheio. Na pausa sagrada do meu dia também corrido, repouso os talheres para comer devagar, como recomenda a nutricionista, e me ponho a observar as pessoas. Talvez por vício da profissão ou simpl

16 de jul. de 2019Ler mais →
Idílio Parte IIIAmor

Idílio Parte III

Ah, Bordeaux. Lagos, flores, castelos, vinhedos, pôr do sol rosado. Só faltava uma coisa para essa linda cidade ficar completa: Diego. Algo estava definitivamente fora do lugar: Marina na França, o namorado no Brasil, um oceano inteiro de saudade entre os dois. Ah, como doía. Os emails eram enooooooooooormes, e o Skype ficava conectado uma eternidade. As notícias que chegavam dos amigos e da irmã de Diego eram uma só: “Ele está curtindo a maior fossa. Triste, sozinho, faltando um pedaço.” Au

2 de mai. de 2014Ler mais →
FimVida

Fim

E aí alguém que você amava muito já não está mais aqui. De carne e osso. De vento em popa. De braços abertos para um abraço, um café, um sorriso largo. E aí você gruda na falta, feito Super Bonder. Que de super não tem nada. Cola dor, lágrima, cola o pé no asfalto quente, cheio de cacos de vidro. 50 graus e está frio, gelado, ferido, dureza de vida sem ele ou sem ela, pedaço imenso de você que também se foi, emoção que não se nomeia. E aí você acha que não vai dar conta. Volta no passado e se

21 de mar. de 2014Ler mais →
Perolices profissionaisFilhos

Perolices profissionais

Para as crianças, profissão é um assunto que não costuma causar muita polêmica. A boa e velha frase “O que você vai ser quando crescer?” traz algumas respostas na ponta da língua. A Bella, por exemplo, já decidiu que vai ser psicóloga, escritora, cozinheira e professora. O Léo quer ser engenheiro de lego, arquiteto, ator e diretor de filmes de ação. De 007 pra cima. Aí eles crescem e, na hora H, percebem que escolher a profissão da sua vida não é algo tão simples assim. Dá-lhe angústia. D

13 de abr. de 2013Ler mais →
FaltaVida

Falta

A história você já conhece: a gente nasce, cresce, envelhece e morre um dia. (Não necessariamente nesta ordem.) Mas o tal do morrer assusta, por mais “natural” que seja. É que o “natural” também passa pelo forte impacto do factual, da concretude da perda, do fim mais finito. Quem parte vai virar etéreo, anjo, estrela, na melhor explicação que costuma se dar às crianças. Quem fica precisa se acostumar com a presença doída, moída, torturante de uma ausência que não estava no script,

10 de abr. de 2013Ler mais →
QuarentenaMães

Quarentena

Onde foi mesmo que eu parei? Por onde mesmo andei? Nem sei se andei, ou voei. Tentando capturar o tempo, abraçar o vento, florescer poesia na aridez das teorias, terminologias, metodologias, “uis” e “ias”. E como escrevia. Lia, relia, respirava fundo. Doía. Depois de tantos mergulhos no “eu”, no ser, na mãe – nas várias faces dessa mãe contemporânea tão cheia de culpa, dedicação, amor, cansaço, transformação, conflitos e ambivalências, aqui estou, de volta. Dedilhando leve nesse te

10 de mar. de 2013Ler mais →
Conversas de eleva-dorAmor

Conversas de eleva-dor

Entro no elevador junto de uma simpática senhora de cabelos brancos, se queixando (sem lamúrias ou lamentações, mas com um largo sorriso no rosto) das suas “cadeiras”. Reforço: – Ah, hoje em dia tá todo mundo “descadeirado”!… (Risos.) – Ah, não, minha filha, você ainda está muito nova… Já eu, do alto dos meus 84 anos… – 84?! Não parece!… – É o que todo mundo diz, mas já colhi 84 primaveras… Pergunto, brincando: – Ah, não, me conta: qual o creminho que a senhora usa à noite? – Creminh

18 de jan. de 2012Ler mais →
TédioFilhos

Tédio

Semana passada levei o Léo à oftalmologista para um check-up de rotina. Na sala de espera, o pequeno paciente teve que ter paciência: pinga colírio, arde um bocado, espera um pouquinho, pinga de novo, arde mais um bocado, aguarda até ser chamado pra entrar. Peraí. Paciência? Para um menino em plenas férias escolares, que deixou o coleguinha em casa jogando playstation até ele voltar? Ah, é mesmo pedir demais. As pupilas foram dilatando e a tromba também, proporcionalmente. Visivelmente cabr

20 de dez. de 2011Ler mais →
AbstinênciaTrabalho

Abstinência

Passo mal se não escrevo. Sinto dores, calafrios, ausências. Sinto saudade de mim.

3 de out. de 2011Ler mais →