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TurbulênciaVida

Turbulência

Tenho ouvido bastante a palavra medo. Bastante. Medo de todas as espécies, formatos, cheiros. MEDO. De dormir, acordar, decidir, sentir, sonhar. Medo de morrer, medo de viver, medo de ser, talvez aí uma razoável generalização de todos os medos. Clássico e atemporal, esse sentimento paralisa, acorrenta a alma, diz não à calma; como numa turbulência em pleno voo, em que o comandante pede para apertar os cintos e quem fica apertado é o coração: espremido, desenfreado, completamente desassosseg

25 de out. de 2018Ler mais →
Aos "nossos" meninosVida

Aos "nossos" meninos

Não conheço nenhum dos doze meninos tailandeses que ficaram presos na caverna inundada de Tham Luang, por mais de 15 dias. Mas sei que são bons de bola e esperança, essa palavra que escuto muita gente pedir – quase implorar – para sentir. (Parece que andam anestesiadas de fé.) Sei também que eles fazem parte de um time chamado “Javalis Selvagens”, e que no período em que estiveram presos se comunicaram através de cartas: “Queridos mamãe e papai, não se preocupem comigo, posso cuidar de mim.

11 de jul. de 2018Ler mais →
Acredita?Vida

Acredita?

“Acreditar. Ter fé.” Você pode ler isso com um sorriso, em sinal de concordância. Ou franzindo a testa, demonstrando que o assunto não desliza tão fácil para você. Vai depender muito do seu olhar, da sua história e do que anda carregando o seu coração. (Pedra ou flor? Tijolo ou aquarela? Cimento ou vela?) Para alguns, acreditar soa tão natural e corriqueiro quanto comprar pão na padaria, colocar as roupas no varal, andar de bicicleta, conversar com Deus (a hora e do jeito que for). Para out

12 de fev. de 2018Ler mais →
A dor que te moveVida

A dor que te move

Todo mundo sabe a dor que tem. Lá de trás ou de agora, não importa. Escondida ou escancarada, recorrente ou velada, há dores capazes de afundar o peito e arranhar a alma, até escurecer tudo. Até as estrelas. Todo mundo sabe também o Deus que tem. Ou que não tem, se por acaso resolveu brigar com Ele. Sim, há quem brigue com Deus. Há quem jogue fora toda espécie de crença e esperança e sentido, exausto de tanto sofrer. Há quem entre em coma, quase, de tanto doer. Mas aí vem Deus e te mand

23 de mai. de 2017Ler mais →
Flor de féVida

Flor de fé

Outono morreu. Primavera ainda não é. O sol já foi, nem se despediu. Faz frio lá fora. Neva aqui dentro. Torrente de sentimento, campanha do agasalho, arrecadação de amor. Um passo pra frente e um abraço bem quente, por favor. Quando tudo parecer ausência, abismo, aridez,   pega um tanto de terra. Pega com Deus, rega com lágrima e intento, planta flor de fé que dá.

23 de jun. de 2016Ler mais →
A fé que nos moveAmor

A fé que nos move

Num período histórico em que meninos hebreus  tinham por decreto que morrer logo ao nascer, um bebê foi salvo. Aconchegado em uma cesta de junco, o pequeno Moisés foi enviado por sua mãe pelas águas do Rio Nilo. A história é bíblica, faz parte do Antigo Testamento e foi parar nas telas do cinema. “Êxodo – Deuses e Reis” –  é uma superprodução, envolvente do início ao fim, duas horas e meia que não vi passar. O menino que foi salvo retribuiu gentilmente o seu destino, libertando os hebreus

11 de jan. de 2015Ler mais →
TorcidaFamília

Torcida

Não entendo muito de futebol. A única vez que fui ao campo foi para fazer um trabalho de antropologia da faculdade, com um bloquinho na mão, de costas pro jogo, observando o comportamento da torcida. Tenho em casa motivos de sobra para ser perita no assunto: um marido apaixonado pelo Galo, um filho que chora de emoção quando ele faz gol, uma filha que ficou “amiga” do Bernard. Meu avô, se visse isso, ia estribuchar: antes de se tornar médico pneumologista, antitabagista ao extremo, foi artil

14 de jul. de 2013Ler mais →
Diante do muroHomens

Diante do muro

É de pedra, emoção, tijolo e terra o meu lamento. Pelas mulheres que não podem rezar. Pelos homens que desaprenderam a amar. Pelas crianças esquecidas. Pelo adoecer repentino. Pelos encontros tão doídos. Pelo diálogo surdo. Pela polêmica vazia. Congresso de azia. Pelo grito mudo. Vida no escuro. Rua sem lua. Pelo amor de Deus, que lê os bilhetes do mundo. É de letra, luz, rascunho e rima o meu intento.

15 de mai. de 2013Ler mais →