Amor

Artigos em Amor

Idílio Parte IIIAmor

Idílio Parte III

Ah, Bordeaux. Lagos, flores, castelos, vinhedos, pôr do sol rosado. Só faltava uma coisa para essa linda cidade ficar completa: Diego. Algo estava definitivamente fora do lugar: Marina na França, o namorado no Brasil, um oceano inteiro de saudade entre os dois. Ah, como doía. Os emails eram enooooooooooormes, e o Skype ficava conectado uma eternidade. As notícias que chegavam dos amigos e da irmã de Diego eram uma só: “Ele está curtindo a maior fossa. Triste, sozinho, faltando um pedaço.” Au

2 de mai. de 2014Ler mais →
Idílio Parte IIAmor

Idílio Parte II

Viraram muitas páginas juntos, aqueles dois. Futuro do pretérito, fotossíntese, reações químicas, osmose, geometria. Com o tempo se transformaram, se enamoraram, foram metamorfoseando amizade em amor, quase sem perceber. A afinidade das salas de aula se estendia naturalmente para outros locus: nas festas juninas do clube, quando se adivinhavam no correio elegante; nas sessões de cinema, quando suas mãos se encontravam no saco de pipoca; no aconchego da sala de casa, quando eram acolhidos com

29 de abr. de 2014Ler mais →
Idílio Parte IAmor

Idílio Parte I

Começaram cedo aqueles dois. Compartilhando histórias, cadernos, lápis, risadas, apontador. Descobrindo mapas, espaços, sístoles, diástoles, revoluções. Resolvendo problemas de matemática e recitando poemas de Vinícius de Moraes, essas coisas tão distintas que a vida se encarrega de juntar. Diego na fileira do canto, Marina na carteira ao lado. – Presente! – Presente! Na energia inconfundível dos seus onze anos, também presentes se faziam no recreio, na quadra, na cantina, no pique-escond

26 de abr. de 2014Ler mais →
Namoro de longa dataAmor

Namoro de longa data

Pegou o primeiro voo, cruzou o oceano, aterrissou cidadã do mundo. Na bagagem, nada muito além do básico: luvas, algumas mudas, camisola, cachecol, perfume, saudade, bombom de licor, livro de cabeceira. Do aeroporto à estação de trem, 20 minutos. Da estação ao destino tão esperado, trem-bala, que é pra chegar mais rápido. Coração acelerado, cabeça a mil por hora, imaginação fértil delimitando cada cena. Divinamente encenada a sua temporada de música, vinho, poema e outono em Salzburg. Últim

14 de mar. de 2014Ler mais →
PausasAmor

Pausas

Se eu morrer de amor? Morri. Flores, violino, último suspiro. Nasci. Dor de contração, vôo livre, vou. Viena, Toscana, Tel Aviv. Parada cardíaca, abalo de emoção, nudez enluarada, embalo de dormir. Concha, estrela, morrer do sol, Deus de longe vi. Poesia, escritura, lindura de palavra inventada pra dizer numa sentada o que senti. Porvir. Por mim. Tin-tin. Se eu nascer de amor? Vivi.

11 de fev. de 2014Ler mais →
AMORversárioAmor

AMORversário

Então você nasceu. Eu ainda não era desse mundo, mas com certeza participei com emoção do seu “bota-fora”, já deixando um encontro marcado para anos depois. Cercado de anjos e estrelas você foi notícia linda numa noite de 23 de julho. Foi rapa do tacho numa família abençoada de quatro filhas, bênção ainda maior se viesse um menino. Veio. Você, cheio de luz e encantamento, posso apostar que chegou ao mundo com um riso gostoso, ao invés do tradicional choro. Seu nascimento fez tocar uma orquestr

22 de jul. de 2013Ler mais →
Cura de quê?!Amor

Cura de quê?!

Fico pensando (e esse pensamento dói) no quanto algumas profissões são exercidas de forma leviana, negligente, doente. Profissão é algo sagrado, meu caro. Tem a ver com ganha-pão, honestidade, respeito, realização. Trabalho sério, principalmente quando se lida com gente. Principalmente quando se assenta numa mesa para criar ou aprovar projetos de lei. Projetos que não são de lego nem credo, não se montam como se fossem brinquedo. Projetos de lei, meu caro, envolvem também projetos de vida.

21 de jun. de 2013Ler mais →
Ode ao Dia dos NamoradosAmor

Ode ao Dia dos Namorados

A cena é linda, eu diria perfeita. O namorado pára o carro em uma rua tranquila, venda os olhos da namorada e coloca uma música que fala de amor. De repente a rua é tomada por casais de namorados passeando de mãos dadas, sorrindo enamorados entre beijos, abraços, flores e balões. (Armação criativamente inventada, famoso flashmob dos dias de hoje.) Os olhos outrora vendados não acreditam no que vêem. Choram de emoção, pupila dilata, fala falta. O clímax chega na forma de uma caixinha

9 de jun. de 2013Ler mais →
Primeiro de NovembroAmor

Primeiro de Novembro

Amanheço. Agradeço. Enterneço de amor pela montanha que faz nascer o sol. Choro olhos enluarados de emoção. Agradeço a todos os santos, todos os anjos, todo santo dia por este novembro que nasceu poema. Primeiro de novembro. Te escrevo, te leio, te recito, te lembro. Entardeço. Agradeço. Enterneço de novo de amor pela montanha que guarda o sol, por cada pedaço seu que mora em mim. Adormeço nunca esse amor que não tem fim.

31 de out. de 2012Ler mais →
Motivo nenhumAmor

Motivo nenhum

Não era seu aniversário. Nenhuma data especial, nenhum evento extraordinário no calendário. Nada importante a comemorar, a não ser a própria vida. SUA vida, inteira e simplesmente. Passou numa floricultura, saiu perfumando a rua. Passou no salão, marcou um spa de pé. Passou a mão na bolsa, foi namorar vitrine. Lingerie, boulangerie, sortie. Saiu de fininho, à francesa, de um relacionamento há algum tempo engessado. Entrou na delicatessen e sorveu o perfume dos vinhos. Delicadamente.

1 de out. de 2012Ler mais →
Dia do PerdãoAmor

Dia do Perdão

Quebro meu jejum de quase trinta dias ao fim do Yom Kipur. Jejum de palavras, rimas, versos, vírgulas. Quase morro de inanição. Sinagoga cheia (nunca vi tão cheia) no Dia do Perdão. Cheia de raízes, netos, filhos. Cheia de Deus, de mim, começo e sim. Lindeza de gente reunida pelo perdão. Pelas perdas que vieram antes dele. Pelo coração deficitário de amor, urgente de paz, infartado de dor. E aí vem a reza, o canto, as velas acesas pelas crianças. Vem a esperança de regar o que se

26 de set. de 2012Ler mais →
HomensAmor

Homens

Três homens num boteco, cerveja estupidamente gelada, conversa pra jogar fora. “E aí, comeu?” A típica perguntinha circulante no universo masculino anda provocando risos no cinema. Adaptado de uma premiada peça de Marcelo Rubens Paiva, o filme é uma ótima pedida para relaxar, descontrair e sorver um pouco da alma masculina. Sim, alma masculina. Por trás de todos os estereótipos, jargões e posturas que criam verdadeiros abismos entre homens e mulheres, fomentando a velha e boa guerra dos

16 de jul. de 2012Ler mais →