
Divertidamente 2 está dando o que falar. E o que sentir, como não poderia deixar de ser.
A ansiedade que mora em mim falou, falou na minha cabeça e só sossegou quando os ingressos foram finalmente comprados. (Uma luta, diga-se de passagem.)
E aí eu não desgrudei os olhos e o coração da tela, a alegria dominando meu painel de comando cerebral.
Não resta dúvida de que a grande atração do filme são as novas emoções – Ansiedade, Vergonha, Tédio e Inveja – somado às outras já famosas do primeiro filme: Alegria, Tristeza, Raiva, Medo, Nojinho. (Soube que ficaram de fora a Humilhação e a Culpa, sentimentos que vivo escutando por aqui.)
Mas para mim o ponto alto da trama, de uma preciosidade só, foi o “senso de si”, representado por um belo e iluminado cristal que representa a essência de cada pessoa: sua autoestima, seus valores, seu eu, sua identidade. É como se deparar com a pergunta que muitas vezes leva-se anos de terapia para responder: Quem é você? Queira se apresentar. Sua personalidade, seu sistema de crenças, seu autoamor, sua singularidade, suas emoções muitas vezes reprimidas. Sua visão de mundo, qual é? Pois saiba que ela impacta diretamente no seus sentimentos, que por sua vez afetam e direcionam o seu comportamento. E se a ansiedade chega de malas prontas para acampar na sua cabeça, é confusão na certa. Mas se você se volta para o seu cristal e não perde de vista quem você é, a caminhada se torna menos difícil. Respira!… Olha pra dentro, respira de novo, trate de se encontrar.
Taí um filme perfeito pra gente grande. Você, no caso, com todas as letras e emoções que carrega aí na caixola e no peito. Claro que o público infantil e adolescente se sente ultra-identificado e tem lotado as salas de cinema, mas não se engane: o enredo vai te envolver, te prender, literalmente te enredar se você já entrou na vida adulta faz tempo e anda tendo que aprender a lidar – na marra, no sofrimento, na leveza e na graça – com as suas emoções.
Eu me emocionei. Enquanto grudava os olhos na tela foi passando um filme na minha cabeça: a sala 804, a caixa de lenço e as tantas e tantas pessoas incríveis, singulares, preciosas que passam e já passaram por aqui.
Que emoção confirmar a beleza dessa minha profissão. Chorei de alegria.
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