Apaixonada por cinema que sou, corro pra fila quando há um bom lançamento ou pra locadora quando ele já saiu de cartaz. (Sim, os filmes costumam sair logo de cartaz quando se é mãe, profissional, mestranda, dona de casa…).
Semana passada fiz as duas coisas: aluguei “O Concerto” e vi na telona todo o talento de Almodovar em seu mais recente “A Pele que Habito”.
Recomendo os dois, sem pestanejar.
“O Concerto” nos envolve com a sua graça, emoção e a beleza orquestrada por Tchaikovsky.
“A Pele que Habito” nos cobre de suspense e adrenalina com a sua trama psicológica tão inusitada, supreendentemente arquitetada. (Acordei no dia seguinte com as cenas na cabeça.)
Os dois têm em comum, apesar de estilos tão diferentes, a vingança como tema. No primeiro, a vingança que nasce por acaso, pela interceptação de um fax, movida pela paixão e pelo brio, pelo brilho nos olhos que ilumina uma causa nobre. (Nobríssima.)
No segundo, a vingança vem perfeitamente de encaixe, desencaixando tudo, violentamente proporcional a uma dor doída de morrer.
Seja pela audição ou tato, a vingança se faz ouvir em alto e bom som; e é tão vingativa que dá até pra pegar. Em ambos os casos, tem pimenta pra arder os olhos; e está longe de ser um prato que se serve frio.
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