Ninguém acorda um dia sonhando em perder algo ou alguém.
“- Meu Deus, me ajuda a perder muitos amigos hoje.”
“- Muito dinheiro.”
“- O amor da minha vida.”
“- Minhas fotos, meus planos, minha casa.”
“- Meus pais, minha paz, meu chão.”
“- Muitos pontos em matemática, me ajuda a perder.
“- Aquele namorado que eu custei a arrumar.”
“- Meu emprego de vinte anos.”
“- Minha lucidez, minha liberdade, minha energia, me ensina a perder.”
Não. Perder é verbo derradeiro, doído, sofrido. Se a gente pudesse cortava ele do dicionário, da gramática, da vida. Mas não é assim que as coisas funcionam, você sabe.
Mesmo não sonhando em perder, mesmo não pedindo maluca e estranhamente para perder, às vezes acontece. E aí a gente chora, desmorona, quase some. (Mas sobrevive também, você pode dizer isso de cadeira.) Lutos em morte e em vida, é preciso saber vivê-los.
Mas há outras perdas que, pegando carona no título da clássica obra de Judith Viorst, são “Perdas Necessárias”. Vão doer, claro que vão, mas também vão nos ensinar algo que estamos precisando muito aprender. Vêm para abrir crateras na alma ou tsunâmi nos olhos, mas também para pôr a casa em ordem, nos libertar, nos trazer de volta. (Ah, nada como a casa da gente.) E aí vem Lya Luft, nossa querida Lya Luft, para nos acalmar o coração: “Perdas e Ganhos”, de dicotomia é feita a vida, a gente precisa aprender a perder para depois ganhar.
P.S.: Dedico este post a uma pessoa muito querida que faz aniversário hoje, desejando a ela os ganhos mais lindos, floridos e perfumados que houver nesta vida.
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