Acordo cedo, um pouco antes do despertador. O dia bem começa e o relógio já quer conversar comigo, autoritariamente me ditar ordens.
Fecho os olhos, respiro do jeito que a ioga me ensinou, escuto uma sinfonia de de bem-te-vis na janela. Voo junto com eles e deixo pra trás meu notebook mental de última geração, o botão de power já ligado e a tela de descanso tomada por uma lista de afazeres, descanso mesmo só lá pelo item 59. Inspiro profundamente e de longe espio suas luzes se acenderem em meio às minhas milhares de sinapses nervosas, ainda calmas pela brisa que sopra de cada pulmão.
Respiro fundo e Te chamo. Antes que a rotina derrame, antes que o relógio infarte, antes que a alma reclame, Te clamo.
Antes de fazer o café, acordar às crianças, pôr sentido, Te encontro poema dentro de mim. Sua presença tem rima, semântica, métrica e melodia de sol maior no meu bom-dia.
Abre as janelas, areja meu interior, põe sentido em cada segundo vivido.
Coração responde com gratidão pelos Seus olhos que enchem de luz o meu caminho.
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