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Últimas Publicações

BaldesVida

Baldes

Na falta da bola, chuta o balde. A lata. O travesseiro. Se ainda não te contaram, você não é de ferro. Não tem peito de aço nem capa de mulher maravilha. Cospe fogo. Marimbondo. Sobe nas tamancas e arma o maior barraco porque lá vem chuva. Com direito a relâmpago, raios e trovoadas. Sai de cima do muro. Faz careta e vê se não engole mais sapo. É certo: uma hora o sangue talha. O leite ferve. O pé enche de bolha. (Não, você não vive numa bolha.) Mas se insiste em pensar que vive, qu

31 de mai. de 2011Ler mais →
DespedidaVida

Despedida

Esvaziar gavetas, arrumar as malas, içar velas. Hora de deixar pra trás os seus velhos fantasmas, medos que nasceram na infância, pesadelos de outrora. Adeus velhos traumas, tropeços que fizeram buracos no chão, buracos na alma. Hora de partir. Seguir em frente. Sair sem olhar pra trás. Trocar o medo por coragem. Esquecer o que passou. Reinventar a roda, a paisagem, o tempo. Anda. Bora. Aproveita que o sol está nascendo e vai junto com ele. Nascer de novo. Encher de luz o seu caminho. Che

25 de mai. de 2011Ler mais →
Lógica infantil de consumoFilhos

Lógica infantil de consumo

Horário Nobre, Discovery Kids, intervalo comercial. De repente a tela é tomada por uma porção de ratinhos de pelúcia coloridos dirigindo carrinhos, deslizando dentro de bolhas, fazendo todo tipo de acrobacia. Não deu tempo nem de acabar a propaganda e a Bella já foi pedindo, no maior entusiasmo, conhecedora de causa do assunto: – Eu quero, mãe! Eu quero! Me dá um ZhuZhu Pet?!… – ZhuZu o quê? – ZhuzuPet, mãe. Repete: Zhu-Zhu Pet! Aprendeu? Eu quero! – Quem sabe no Dia das Crianças, né, fi

18 de mai. de 2011Ler mais →
Ouvindo vozesVida

Ouvindo vozes

Você não precisa ser louco(a) para ter a sensação de que está ouvindo vozes. Não, meu(minha) caro(a), entrego-lhe agora um atestado de sanidade mental. Basta ser homem, mulher, mãe, filho(a), profissional, gente grande, enfim, para ficar com a cabeça quente de tanto barulho. Vozes se misturam sim, entre razão e emoção, ego e superego, medo e coragem. Sem falar naquelas tantas outras que passeiam pela sua cabeça e que não são suas: a voz da sua mãe, seu pai, seu marido, sua chefe, sua sogra. (

16 de mai. de 2011Ler mais →
Nasce uma mãeMães

Nasce uma mãe

De um “eu te amo” nasce um filho. De um filho nasce uma mãe. Da mãe nasce a emoção, o padecer, a alegria e a preocupação pra vida toda. Nasce o colo, o chamego, a mudança de ritmo, a ilusão de que se é mulher elástico. E nasce mais e mais amor, um amor que não dá pra medir nem racionalizar, apenas servir. E nasce angústia quando esse filho cai em febre, cai na vida, cai no chão. Nasce cabelo branco, ruga, nasce música e poesia. E nasce tem hora a vontade de voltar pra barriga da mãe, já nasc

9 de mai. de 2011Ler mais →
Brincadeira de mau gostoAmor

Brincadeira de mau gosto

Tem gente que brinca com o amor. Faz do que é sagrado passatempo. Transforma riso em lamento. Rasga uma história em mil pedaços. Não dá conta de amar. Não dá conta do amor. Vira especialista em dor. Dor de assombro, dor de susto, dor de decepção, dor do cão. Causa vazio, paraplegia, estômago incendiado. Pega as cinzas e joga ao vento, pega o amor e enterra com cimento. Aqui jaz um amor que foi, já não é. Que acabou, finitou, apenas poderia ter sido. Ausente. Inexplicável. Inexis

4 de mai. de 2011Ler mais →
ReceitinhaVida

Receitinha

Junte um bom papo, risos à vontade, caipirinha de todas as frutas. Junte rock, pagode, chorinho. Chore de rir. Junte prosa, piada, causos e histórias. Junte o lago, a lua, o beijo e o queijo. Junte biscoito assado na hora, pegadas de coelhinho pela casa afora. Junte vinho, macarronada, karaokê. (Fazer o quê?!) Junte filé acebolado com molho balsâmico. (Bálsamo dos deuses.) Junte uma pia cheia de louça pra lavar. Junte papos-cabeça, ombro e colo, constelações muito familiares. Junte crianças, pe

26 de abr. de 2011Ler mais →
Terapia anti-stressVida

Terapia anti-stress

Calma, cocada. Você não tem que arrumar todas as gavetas de uma vez. Nem cortar o macarrão do cardápio. Nem ir pro convento porque o amor ainda não deu o ar da graça. Também não tem que revelar todas as fotos. Aceitar todos os convites. Assumir mais compromissos do que a agenda aguenta. Senta, toma um suco. Graviola ou maracujá? Graviola a gente pega do pé, lá no sítio do meu amigo Seise. Maracujá deixa a gente calmo. Dá até pra tirar um cochilinho na rede. Mas põe em banho-maria essa mania

18 de abr. de 2011Ler mais →
Ser desumanoVida

Ser desumano

Certeiro no tiro. Vazio de amor. Frieza estampada. Professor da dor. Vidas interrompidas. Sonhos enterrados. Desmoronamento da alma. Desaprendizado. Mau com u. Anomalia de sentimento. Perversão nu. Náusea. Tormento. Ausência do outro. Falta de explicação. Buraco no ser. Desumano viver.

13 de abr. de 2011Ler mais →
Ser humanoVida

Ser humano

Basta ser humano para ter dor, buscar amor, esvaziar-se de sentido, procurar caminhos. Basta nascer um dia para viver o morrer, a incompletude, o pânico, a angústia de não saber quem se é. Ser humano é sentir falta, fome, alegria,  tristeza, medo, coragem. É se deparar com a emoção de expressar o que vai do lado de dentro, por mais que doa muito. É buscar ajuda quando o sofrimento parece preencher todas as frestas desse ser. É encontrar na ajuda um sentido, um caminho, uma janela aberta para

11 de abr. de 2011Ler mais →
Mal-entendidoFilhos

Mal-entendido

Uma das grandes alegrias que a minha mãe tem é programar roteiros deliciosos de viagem com o Léo. Já contei aqui que eles foram pra Diamantina, Serra do Caraça, Gramado, Argentina. Uma farra só. E aí – como não poderia deixar de ser – a caçula foi ficando ressentida. Não só pelo fato de não ir, mas pela falta enorme que começou a sentir do irmão. Resultado: a próxima viagem vai ser com os dois juntos, não tem jeito. Aí ontem estávamos saindo da casa da mamãe, já dentro do elevador, quando e

10 de abr. de 2011Ler mais →
Sexo e afetoAmor

Sexo e afeto

Engraçado. O mesmo sexo que esquenta, aproxima, seduz e encanta os namorados parece tirar férias no casamento. Longe da cama, vai parar no divã, no boteco, no desabafo entre as amigas, na cervejinha entre os amigos. E o que era pra ser prazer vira queixa. O que era pra ser encontro vira desencontro. O que era pra ser proximidade vira distância. Baco, cadê você? Onde estás que não responde? (…) Por que o silêncio das taças, a secura do vinho, a garrafa quebrada? E aí essa conversa daria uma

7 de abr. de 2011Ler mais →