Renata Feldman

Palavras abraçam. Aproximam. Acolhem. Fazem do silêncio ponte, do coração tradução, da dor um caminho.

Renata Feldman faz das palavras matéria-prima. Seu trabalho é feito de escuta, acolhida, interação, escrita.

Seja no refúgio da psicologia clínica, nos livros publicados ou posts aqui do blog, palavra é preciosidade.

Entre, aconchegue-se e fique à vontade. É uma alegria dividir este espaço com você.

Pausa pra pensar na vida.

Vida com todas as letras, dores, amores, escolhas, emoções e imperfeições.

Vida cheia de encontros e desencontros, medo e coragem, partida e chegada.

A vida cabe num blog.

Buscar Posts

Encontre posts por palavras-chave, temas ou assuntos específicos.

FrágilAutoestima

Frágil

Sozinha estava, sozinha ficou. Frio. Alergia. Alegria nenhuma. Fez do sofá seu refúgio, seu ponto de fuga. Chorou sua dor, sua fome de amor. Subiu pelas paredes, rascunhou desejos. Sozinha. Nua. Sem rua. Perdida nos seus medos, perigos, devaneios. Perdida no filho que se perdeu. Cansada de sonhar alto. Cansada de sofrer demais. Enroscou-se como uma gata no cio. Fechou os olhos para não enxergar seus espaços vazios. Derramou hormônios na escuridão.

20 de jun. de 2011Ler mais →
Deus de carne e ossoFilhos

Deus de carne e osso

Ontem o Léo chegou da aula todo entusiasmado. – Mãe, hoje eu apresentei um teatro! – É mesmo, Léo? Que bacana, me conta! – Eu era Deus. – Deus?! E o que você fazia? – Eu não aparecia. Ficava debaixo de um lençol, lendo a minha fala. Pensei um pouco e já fui filosofando: – Às vezes é bom brincar de Deus, né, filho? – É sim, mãe. Deus tem folga! (…) Depois do riso, continuo filosofando, conversando com o Léo sem dizer palavra, pelas vias do pensamento e do coração: Ah, meu filho. Um

8 de jun. de 2011Ler mais →
Grandes encontrosVida

Grandes encontros

Há encontros que podem mudar a nossa vida. Não estou nem falando daqueles graaaaaandes encontros que acabam levando ao altar, ou a uma super carreira no Japão ou, quem sabe, um convite irresistível para dançar balé na Rússia. Estou falando dos encontros simples, singelos, banais, alguns marcados há muito tempo, outros improvisados de véspera. Pode ser numa praça, num boteco, num café. Pode ser regado a vinho, com entrada de pão caseiro molhado no azeite e uma massa bem quentinha enfeitada c

2 de jun. de 2011Ler mais →
BaldesVida

Baldes

Na falta da bola, chuta o balde. A lata. O travesseiro. Se ainda não te contaram, você não é de ferro. Não tem peito de aço nem capa de mulher maravilha. Cospe fogo. Marimbondo. Sobe nas tamancas e arma o maior barraco porque lá vem chuva. Com direito a relâmpago, raios e trovoadas. Sai de cima do muro. Faz careta e vê se não engole mais sapo. É certo: uma hora o sangue talha. O leite ferve. O pé enche de bolha. (Não, você não vive numa bolha.) Mas se insiste em pensar que vive, qu

31 de mai. de 2011Ler mais →
DespedidaVida

Despedida

Esvaziar gavetas, arrumar as malas, içar velas. Hora de deixar pra trás os seus velhos fantasmas, medos que nasceram na infância, pesadelos de outrora. Adeus velhos traumas, tropeços que fizeram buracos no chão, buracos na alma. Hora de partir. Seguir em frente. Sair sem olhar pra trás. Trocar o medo por coragem. Esquecer o que passou. Reinventar a roda, a paisagem, o tempo. Anda. Bora. Aproveita que o sol está nascendo e vai junto com ele. Nascer de novo. Encher de luz o seu caminho. Che

25 de mai. de 2011Ler mais →
Lógica infantil de consumoFilhos

Lógica infantil de consumo

Horário Nobre, Discovery Kids, intervalo comercial. De repente a tela é tomada por uma porção de ratinhos de pelúcia coloridos dirigindo carrinhos, deslizando dentro de bolhas, fazendo todo tipo de acrobacia. Não deu tempo nem de acabar a propaganda e a Bella já foi pedindo, no maior entusiasmo, conhecedora de causa do assunto: – Eu quero, mãe! Eu quero! Me dá um ZhuZhu Pet?!… – ZhuZu o quê? – ZhuzuPet, mãe. Repete: Zhu-Zhu Pet! Aprendeu? Eu quero! – Quem sabe no Dia das Crianças, né, fi

18 de mai. de 2011Ler mais →
Ouvindo vozesVida

Ouvindo vozes

Você não precisa ser louco(a) para ter a sensação de que está ouvindo vozes. Não, meu(minha) caro(a), entrego-lhe agora um atestado de sanidade mental. Basta ser homem, mulher, mãe, filho(a), profissional, gente grande, enfim, para ficar com a cabeça quente de tanto barulho. Vozes se misturam sim, entre razão e emoção, ego e superego, medo e coragem. Sem falar naquelas tantas outras que passeiam pela sua cabeça e que não são suas: a voz da sua mãe, seu pai, seu marido, sua chefe, sua sogra. (

16 de mai. de 2011Ler mais →
Nasce uma mãeMães

Nasce uma mãe

De um “eu te amo” nasce um filho. De um filho nasce uma mãe. Da mãe nasce a emoção, o padecer, a alegria e a preocupação pra vida toda. Nasce o colo, o chamego, a mudança de ritmo, a ilusão de que se é mulher elástico. E nasce mais e mais amor, um amor que não dá pra medir nem racionalizar, apenas servir. E nasce angústia quando esse filho cai em febre, cai na vida, cai no chão. Nasce cabelo branco, ruga, nasce música e poesia. E nasce tem hora a vontade de voltar pra barriga da mãe, já nasc

9 de mai. de 2011Ler mais →
Brincadeira de mau gostoAmor

Brincadeira de mau gosto

Tem gente que brinca com o amor. Faz do que é sagrado passatempo. Transforma riso em lamento. Rasga uma história em mil pedaços. Não dá conta de amar. Não dá conta do amor. Vira especialista em dor. Dor de assombro, dor de susto, dor de decepção, dor do cão. Causa vazio, paraplegia, estômago incendiado. Pega as cinzas e joga ao vento, pega o amor e enterra com cimento. Aqui jaz um amor que foi, já não é. Que acabou, finitou, apenas poderia ter sido. Ausente. Inexplicável. Inexis

4 de mai. de 2011Ler mais →
ReceitinhaVida

Receitinha

Junte um bom papo, risos à vontade, caipirinha de todas as frutas. Junte rock, pagode, chorinho. Chore de rir. Junte prosa, piada, causos e histórias. Junte o lago, a lua, o beijo e o queijo. Junte biscoito assado na hora, pegadas de coelhinho pela casa afora. Junte vinho, macarronada, karaokê. (Fazer o quê?!) Junte filé acebolado com molho balsâmico. (Bálsamo dos deuses.) Junte uma pia cheia de louça pra lavar. Junte papos-cabeça, ombro e colo, constelações muito familiares. Junte crianças, pe

26 de abr. de 2011Ler mais →
Terapia anti-stressVida

Terapia anti-stress

Calma, cocada. Você não tem que arrumar todas as gavetas de uma vez. Nem cortar o macarrão do cardápio. Nem ir pro convento porque o amor ainda não deu o ar da graça. Também não tem que revelar todas as fotos. Aceitar todos os convites. Assumir mais compromissos do que a agenda aguenta. Senta, toma um suco. Graviola ou maracujá? Graviola a gente pega do pé, lá no sítio do meu amigo Seise. Maracujá deixa a gente calmo. Dá até pra tirar um cochilinho na rede. Mas põe em banho-maria essa mania

18 de abr. de 2011Ler mais →
Ser desumanoVida

Ser desumano

Certeiro no tiro. Vazio de amor. Frieza estampada. Professor da dor. Vidas interrompidas. Sonhos enterrados. Desmoronamento da alma. Desaprendizado. Mau com u. Anomalia de sentimento. Perversão nu. Náusea. Tormento. Ausência do outro. Falta de explicação. Buraco no ser. Desumano viver.

13 de abr. de 2011Ler mais →

Receba as novidades

Deixe seu e-mail e receba os posts do blog diretamente na sua caixa postal.

No escurinho do Cinema

Filmes, séries, documentários e análises críticas sobre o universo cinematográfico.

Explorar

Arquivo

dom
seg
ter
qua
qui
sex
sáb