Palavras abraçam. Aproximam. Acolhem. Fazem do silêncio ponte, do coração tradução, da dor um caminho.

Renata Feldman faz das palavras matéria-prima. Seu trabalho é feito de escuta, acolhida, interação, escrita.

Seja no refúgio da psicologia clínica, nos livros publicados ou posts aqui do blog, palavra é preciosidade.

Entre, aconchegue-se e fique à vontade. É uma alegria dividir este espaço com você.

Flor decorativa
vida

Ouvindo vozes

16 May, 2011

Você não precisa ser louco(a) para ter a sensação de que está ouvindo vozes. Não, meu(minha) caro(a), entrego-lhe agora um atestado de sanidade mental. Basta ser homem, mulher, mãe, filho(a), profissional, gente grande, enfim, para ficar com a cabeça quente de tanto barulho. Vozes se misturam sim, entre razão e emoção, ego e superego, medo e coragem. Sem falar naquelas tantas outras que passeiam pela sua cabeça e que não são suas: a voz da sua mãe, seu pai, seu marido, sua chefe, sua sogra. (Quando são da sogra, então, as vozes não falam: gritam. Ou cantam, se estivermos falando da minha sogra.)
Geralmente estas vozes entram em coro (e em choque) quando pinta uma dúvida sobre como agir.
“Será que eu vou?” “Será que não vou?” “Faço, não faço?” “Ligo, não ligo?” “Falo, não falo?” “Começo ou termino?” “Caso ou pedalo?”
E aí você vai ficando dividido(a), espremido(a), cheio de dúvida e angústia.
Longe de mim ser mais uma voz no meio desse falatório todo. Mas, se me permite, talvez você esteja escutando muito o outro e se esquecendo da opinião mais importante: a sua.
Quando eu era pequena, costumava compartilhar com minha mãe as minhas dúvidas e inseguranças, e ela sempre dizia:
– Escuta o seu coração, Rê.
É isso. Tão simples, tão mágico, tão cheio de funcionalidade.
Experimenta ouvir seu coração e depois me conta.
Perder a voz – isso sim – pode ser enlouquecedor.

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