Gosto da ideia de missão cumprida. Mais que da ideia, do ato em si. Que seja ticar a lista ao fim do dia, realizar um grande projeto, terminar um livro ou encerrar o ano. Lá se vai mais um embora e eu não resisto à tentativa de olhar pra ele com carinho, apesar de todas as pedras no caminho (sim, elas fazem parte), realizando uma breve retrospectiva do que significou 2023 na minha vida. E na sua, já parou pra pensar?
Suas andanças, suas dores, seus amores. Suas alegrias, suas batalhas, seus perrengues. Seu trabalho, sua família, sua saúde.
Andou cuidando bem de você? Das suas relações? Fez direitinho o para-casa, para-vida? Espero que passe de ano com louvor.
Pelos ossos e flores do meu ofício, não consigo deixar de apreciar o grande trabalho que é realizado no lado de dentro de cada um. Trabalho silencioso, ruidoso também tem hora (como todo bom trabalho de construção), mas de uma preciosidade que faz qualquer ano valer a pena. Ou, nas palavras de um post compartilhado por uma amiga querida, colega de profissão: “Apesar de tudo, não cancele o ano que te fez enxergar o quanto você é forte.”
Daqui pra trás, força e aprendizado. Nada é em vão, nada foi em vão. Daqui pra frente, surpresa. Esperança. Sorte. Entusiasmo e encantamento, como o de uma criança abrindo um presente. Abundância e bonança, que assim seja.
Gosto de pensar no Ano Novo como página em branco, seguindo o bom e velho clichê. Amo comprar agenda nova, fico um tempo namorando a capa até me decidir por aquela que seguirá comigo no registro dos meus dias. E dá-lhe esperança. Dá-lhe amor, alegria, brilho nos olhos para escrever o que virá.
Que 2024 seja o que você quiser e sonhar. Dá trabalho, mas também dá gosto chegar lá na última página com a sensação de missão cumprida. Mãos à obra. Feliz Ano Novo, cheinho de inspiração pra você.
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