“No princípio Deus criou o céu e a terra. E ordenou que a luz pusesse fim à escuridão. E a luz se fez.”
Bendita luz que faz a gente abrir os olhos, amanhecer, amar, fazer uma prece, agradecer. Ser café coado, abraço apertado, amor, trabalho, pausa, paz, correria, ensinamento, aprendizado, sentimento. Ser humano.
Levo os olhos ao céu e por uma fração de segundo me perco, me encontro, me enterneço. Deus começa cedo a rascunhar seus poemas, leio cada verso com emoção. Alumbramento.
Levo os olhos à terra e sinto o coração apertar, dividido. Por um lado vejo flores, sementes, luz, sintonia, gente linda trilhando esse caminho. Por outro vejo pedras, lama, areia movediça, labirintos, túneis escondidos, gritos silenciados, barbárie, tortura, desumanidade, gente vivendo na mais completa escuridão.
Falo da falta de paz. Da falta de ar. Da falta de clareza, entendimento, discernimento. Falo (grito) de um massacre que hoje completa 6 meses. De um 7 de outubro que ainda não acabou. Dos reféns que ainda estão lá. De um “Nunca mais” que acabou acontecendo de novo.
Falo do ódio que se colocou no lugar do amor. Da dor que assola israelenses e palestinos. Das palavras equivocadas, dos pronunciamentos repletos de engano, da cegueira e dos olhos vendados. Falo do terror que ameaça não só um pedaço de terra, mas um planeta inteiro.
É noite. O céu está escuro. Chamo Deus pra conversar, quem sabe fazer nascer um milagre, alumiar o coração da gente.
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