Aí um dia você acorda e descobre que não é nada daquilo que você quer. A cama, o bom dia, o dia. As escolhas, os sabores, o cartão de ponto. Aquela mulher, aquele patrão, aquela sua velha mania de procurar explicação em tudo.
E aí você arruma a mala, pega a bússola, monta na bicicleta e sai por aí, sem rumo nem prumo, sem fome ou hora de chegar.
Joga os remédios fora. Não lê o horóscopo. Rabisca um bilhete na geladeira.
Uns dizem que você é radical. Outros te chamam de louco. Mais um pouco inventam uma patologia que te enquadre nessa sua decisão impulsiva (ou há muito tempo pensada, quem sabe) de jogar tudo pro alto e ir vender sanduíche na praia. Ou armar barracas na lua. Ou assumir que é perua. Ou casar com um japonês. Pintar quadros como Picasso, talvez. Ou sair correndo daqui, deste blog que hoje amanheceu doidinho.
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