Toma, é seu. Pegue, fique à vontade. Por que a cerimônia? Avante, em frente. Agarre, abrace, se aproprie do que é seu.
Um travesseiro macio. Um livro de cabo a rabo. Seu domingo. Seu marido. Sua liberdade. Sua porção imensa de saudade.
Bênção de pai e mãe. O suor do seu trabalho. Uma mente descansada. A namorada que por um triz já ia embora, vai lá e traz ela de volta. Corre.
Um porquinho pra quebrar. Uma família pra amar. Sua música favorita. Seu talento, sua vontade. Seu senso de loucura e responsabilidade. Sua fé. Seu amor. Sua verdade. Sua alegria mais completa e genuína.
Faça valer o que é seu, meu caro: seu caráter, seu trabalho, as estrelas que você prometeu contar. Toma, vai. Seu sonho, seus projetos, sua participação nessa vida que você chama de sua. (Ela é, alguém disse que não?!) Vai lá, você e essa sua mania de querer abraçar o mundo, mesmo que ele não te devolva o abraço. Tá valendo.
Não estou falando da posse que sufoca nem do apego que machuca. Mas da capacidade mais linda de ser quem você é, se apropriando daquilo que você tem ou já conquistou. O que é seu é seu, pronto, acabou. Sorria, se aprume, coloque-se a caminho. Tome posse.
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