Os maias que me perdoem, mas prefiro pensar no antônimo mais lindo de fim.
Sim, nada de fim. Começo, como eu mereço. Como você, seu mundo, seu pequeno grande universo merecem. E ponto final. Ou melhor, reticências.
Enche de reticências a sua vida, enche de alegria cada página em branco, cada possibilidade imensa e rica da continuidade.
Então, já que o mundo está só começando, que tal pensar em tudo aquilo que você deixou parado na gaveta há um bom tempo? Todas as suas rugas, rusgas, sinal precoce de envelhecimento?
O que tem que acabar não é o mundo, mas tudo aquilo que tira a vida do seu mundo.
Picuinhas. Ladainhas. Dramas e tragédias. Casquinhas pra se agarrar. Caquinhos pra juntar. Ah, só de escrever já deu canseira.
Perde a estribeira. Aproveita que amanhã é o famoso 21 de dezembro de 2012 e decreta logo um feriado nacional. “Dia do Começo do Mundo”, que tal?
Vai se acabar numa cachoeira, numa pista de dança, numa brincadeira de criança.
Acorda antes do sol, prepara o anzol, desengasga o “eu te amo” que ficou aí parado.
Olha nos olhos, canta no chuveiro, descobre o dom que ficou fora de tom.
Nasce de novo, chora de emoção, descomplica e despinica.
Vai beijar, vai suar, vai amar, vai viver.
Falta pouco pro mundo começar.
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