Renata Feldman

Palavras abraçam. Aproximam. Acolhem. Fazem do silêncio ponte, do coração tradução, da dor um caminho.

Renata Feldman faz das palavras matéria-prima. Seu trabalho é feito de escuta, acolhida, interação, escrita.

Seja no refúgio da psicologia clínica, nos livros publicados ou posts aqui do blog, palavra é preciosidade.

Entre, aconchegue-se e fique à vontade. É uma alegria dividir este espaço com você.

Vida

Baldes

31 May, 2011

Na falta da bola, chuta o balde. A lata. O travesseiro.
Se ainda não te contaram, você não é de ferro.
Não tem peito de aço nem capa de mulher maravilha.
Cospe fogo. Marimbondo. Sobe nas tamancas
e arma o maior barraco porque lá vem chuva.
Com direito a relâmpago, raios e trovoadas.
Sai de cima do muro.
Faz careta e vê se não engole mais sapo.
É certo: uma hora o sangue talha. O leite ferve.
O pé enche de bolha. (Não, você não vive numa bolha.)
Mas se insiste em pensar que vive,
qualquer hora vai ver que ela estoura. Puf.
Tá na chuva é pra se molhar.
Ajoelhou, rezou. Pediu, ganhou. Bateu, levou.
Mas depois do joelho ralado,
vai tomar um banho bem quente.
Faz bolha de sabão. Oleozinho aromático.
Sais pra energizar a alma.
Boa noite. Dorme feito um anjo vestido de criança.
Vai sonhar com a lua,
contar estrelas e acordar com o sol.
Só.

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