Na falta da bola, chuta o balde. A lata. O travesseiro.
Se ainda não te contaram, você não é de ferro.
Não tem peito de aço nem capa de mulher maravilha.
Cospe fogo. Marimbondo. Sobe nas tamancas
e arma o maior barraco porque lá vem chuva.
Com direito a relâmpago, raios e trovoadas.
Sai de cima do muro.
Faz careta e vê se não engole mais sapo.
É certo: uma hora o sangue talha. O leite ferve.
O pé enche de bolha. (Não, você não vive numa bolha.)
Mas se insiste em pensar que vive,
qualquer hora vai ver que ela estoura. Puf.
Tá na chuva é pra se molhar.
Ajoelhou, rezou. Pediu, ganhou. Bateu, levou.
Mas depois do joelho ralado,
vai tomar um banho bem quente.
Faz bolha de sabão. Oleozinho aromático.
Sais pra energizar a alma.
Boa noite. Dorme feito um anjo vestido de criança.
Vai sonhar com a lua,
contar estrelas e acordar com o sol.
Só.
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