Vida

Aos "nossos" meninos

11 July, 2018

Não conheço nenhum dos doze meninos tailandeses que ficaram presos na caverna inundada de Tham Luang, por mais de 15 dias. Mas sei que são bons de bola e esperança, essa palavra que escuto muita gente pedir – quase implorar – para sentir. (Parece que andam anestesiadas de fé.)

Sei também que eles fazem parte de um time chamado “Javalis Selvagens”, e que no período em que estiveram presos se comunicaram através de cartas: “Queridos mamãe e papai, não se preocupem comigo, posso cuidar de mim.”; “Queridos mamãe e papai, estou bem, um dos mergulhadores me trouxe frango frito para comer. Amo vocês.”; “Querida avó, estou bem, não se preocupe muito por mim. Por favor, cuide-se.”

Sei – posso falar de cadeira e de coração – da minha emoção ao vê-los serem resgatados, ambulância por ambulância, até chegarem ao hospital. Ainda sem poderem abraçar seus pais, assistir à final da Copa na Rússia ou comerem chocolate (um dos pedidos feitos, e eu assino embaixo…), “nossos” meninos conseguiram finalmente se libertar, sãos e salvos. Digo “nossos” porque, mesmo tão longe, tão perplexos e impotentes, de alguma forma estivemos lá com eles também. Em uma conexão linda de compaixão, mergulhamos fundo dentro de nós, torcendo, rezando, acreditando. (Está aí um gerundismo com toda razão de ser).

Diante de tantas notícias ruins, o resgate desses meninos foi um presente, um alento, um time inteiro voltando pra casa carregando a taça.

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