Tenho no meu consultório, enfeitando o alto da estante, quatro grandes potes de vidro contendo bolinhas coloridas, cada um com um rótulo: AMOR; ALEGRIA; PAZ; ESPERANÇA.
Resolvi falar hoje um pouco sobre esse primeiro pote, tão singular e ao mesmo tempo universal.
Mesmo escutando tanto sofrimento – separações, desavenças, traições – ainda prefiro acreditar no amor. Na força que ele tem para acontecer, transformar, crescer; no amor construído sob as diferenças (talvez este seja o verdadeiro amor: aquele em que se consegue compreender e amar as diferenças…)
O amor também fecha o tempo, zanga a alma, faz chorar de doer. Desencontros fazem parte do caminho. Mas o amor precisa de sabedoria até para desencontrar. O problema não está em discutir, brigar. O problema é por que uma briga começa e como é que ela termina. Ações geram reações muitas vezes maiores que as ações. E aí o que era para ser leve fica pesado, o pequeno fica grande e a decepção, desproporcional.
Algumas palavras, dependendo da forma como são ditas, fazem o amor se sentir pequeno, feio, mau, contrariando toda uma história de amor. O amor pede liberdade e espontaneidade para respirar. Pede compreensão, juntidade, sintonia: duas pessoas jogando no mesmo time, e não se atracando como adversários.
O amor pressupõe aprendizado: aprender a brigar sem ferir o amor; aprender a enxugar o chão quando a tempestade faz o copo entornar.
Dá trabalho, mas dá para encher o pote de amor.
Ivna diz
Rê, mais uma vez, vc brilhou!!! Não é a toa que essa moça já ganhava concurso de poesia lá pelos idos de 90!!!
Arrasou, amei o post de lavar a alma…!
Beijos,
Ivna
Renata Feldman diz
Ivna querida,
Obrigada! Nada como um pouco de poesia para lavar e perfumar a alma, não é?
E que bom olhar para trás, “lá pelos idos de 90”, e ver que você estava lá, compartilhando boas coisas comigo!
Beijos!