Ele tem apenas 10 anos e já pensa em casar.
João Marcelo é um desses meninos raros, que reluzem ouro de tanta luz que têm. Filho de amigos queridos, acabou se tornando sobrinho querido também, fiz questão de me “apropriar” desse tesouro.
Se quiser dar um presente a ele, esqueça os jogos e brinquedos convencionais. No último Natal ele pediu um siri. (Vivo, é claro.) Nada como um exótico bichinho de estimação para se juntar às suas tantas outras paixões: um cachorro, um porquinho da índia, um casal de canarinhos (Graviola e Açaí), uma família inteira de Calopsitas (Quinquim, Lilica, George Washington, Barack Obama e Toinha, todos nomes dados por ele), uma tartaruga, um bambu da sorte e pra completar uma planta carnívora. É vero. Ah! Já ia me esquecendo do Fred, seu querido hamster que faleceu exatamente hoje. Meus sentimentos, João.
Saindo da esfera animal para a humana, João Marcelo coleciona outros presentes um tanto quanto especiais: afeto de pai, mãe, irmã, vô e vó (dos dois lados, o felizardo), tio, tia, papagaio, fora os amigos de uma vida toda. Eu mesma virei “Tia Rê”, coruja e paparicadeira, o “Tia Rê” mais doce do mundo na voz desse menino encantado.
Com os avós, tenho que abrir um capítulo à parte: um grude e um carinho só. Abraço bom de apertar, olhos que dizem tudo, sorriso que mata a gente, amor de alumbramento. (Tem toda razão, João. Vô e vó mereciam prêmio nobel de tudo. Se eles não existissem a gente ia ter que inventar.)
Tive o prazer de passar as últimas férias com ele e deu nisso. Voltei louca para escrever, essas coisas a gente tem que registrar. É história, Joãozinho, história de vida, quem sabe um dia você não vai ler para os seus filhos este pequeno fragmento biográfico que coloquei aqui?
Todo dia antes de jantar me aparecia um João Marcelo impecável, cheiroso e com o pente na mão, sistematicamente dividindo o cabelo de lado, nunca vi tanta perfeição. Diz sua mãe que é assim todo dia, um verdadeiro ritual para ir à escola, ai de quem tirar seu perfume do lugar.
Imagina no dia do casamento, como é que não vai ser… Feliz da noiva dele. E se estou imaginando é porque a avó dele, vó Marly, me contou um diálogo dos dois cheio de graça e emoção:
– Vó, onde você vai assim tão bonita?
– No casamento do Felipe, meu vizinho. Tão novo, João… Só 22 anos e já está casando!…
– Eu também vou casar cedo. (…)
– Que isso, menino?! Por quê?!
– Porque aí você vai poder ir no meu casamento, vó.
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