Quando eu fiz nove anos minha mãe me colocou no inglês. Uma das primeiras coisas que aprendi foi a parlenda “unidunitê”, e daí em diante não parei mais. Ia pra aula happy da vida, as aulas mais pareciam terapia de grupo. A gente conversava sobre everything, e no final ainda cantava as paradas de success. Deve ser por isso que andam me “elegendo” (menos, Renata, menos) na família como cantora do ano. Não posso ver um microfone que vou logo desafinando um “I was born to love you!…”. Esse feriado comemoramos o aniversário da minha querida sobrinha Luciana lá no sítio e eu arrasei de Nat King Cole, com um caprichado “Unforgettable… that´s what you are…”.
Bom, mas tudo isso pra dizer que nem sempre a história é “tal mãe tal filho”. O Léo está no inglês, mas não morre de amores por ele. Andou me cantando inclusive pra sair, e eu rasgando o meu português:
– Mas filho, inglês é muito importante. É uma língua universal,o mundo todo fala…
– Mas, mãe, e por acaso as pessoas que moram nos Estados Unidos têm que falar português?!
(…)
Ok, all right, let´s go, desabafo registrado. Um pouco de ufanismo não faz mal a ninguém. Mas trata de abrir o book porque semana que vem tem prova. E nada de fazer unidunitê na hora de marcar a opção correta, hein?
Love you.
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