Palavras abraçam. Aproximam. Acolhem. Fazem do silêncio ponte, do coração tradução, da dor um caminho.

Renata Feldman faz das palavras matéria-prima. Seu trabalho é feito de escuta, acolhida, interação, escrita.

Seja no refúgio da psicologia clínica, nos livros publicados ou posts aqui do blog, palavra é preciosidade.

Entre, aconchegue-se e fique à vontade. É uma alegria dividir este espaço com você.

Flor decorativa
Amor

Sexo e afeto

07 April, 2011

Engraçado. O mesmo sexo que esquenta, aproxima, seduz e encanta os namorados parece tirar férias no casamento. Longe da cama, vai parar no divã, no boteco, no desabafo entre as amigas, na cervejinha entre os amigos. E o que era pra ser prazer vira queixa. O que era pra ser encontro vira desencontro. O que era pra ser proximidade vira distância.
Baco, cadê você? Onde estás que não responde? (…) Por que o silêncio das taças, a secura do vinho, a garrafa quebrada?
E aí essa conversa daria uma tese. Retomando o último post, “a questão talvez esteja justamente na diferença entre os sexos. Na forma como a mulher e o homem vivem esse convite pro amor.”
Os homens, práticos e objetivos que são, sentem falta de sexo e vão direto ao assunto. Apreciam qualidade, quantidade, criatividade. Que leve uma noite inteira ou uma “rapidinha” na manhã de segunda-feira, o sexo está no sangue, nas veias. Não pode faltar.
Para as mulheres, o afeto vem como senha para o sexo. E não se trata  apenas das preliminares, tão cobradas por elas. Nem tampouco de romantismo de pétalas de rosa. Trata-se do afeto diário, cotidiano, presente nas mais variadas formas e possibilidades: um beijo mais demorado, um telefonema sem quê nem porquê, um toque na mão, uma conversa gostosa na beira do fogão. Atenção afetiva, assim resumiria o sexo feminino.
E aí esses opostos vão se atraindo: sol e lua, café com leite, goiabada com queijo.
Se o dia é preenchido com afeto, a noite vira um convite especial para o sexo. E se o que vem daí é uma longa noite de amor, o dia seguinte promete. Os casais vão ficando mais juntos, mais conectados, mais amáveis e amantes.
Na toada desse delicioso ciclo vicioso, o sexo não precisa tirar férias nem fazer greve. Precisa fazer o que ele mais sabe fazer: amor.

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