Para-casa de mãe começa cedo e muitas vezes não tem hora para acabar.
Café da manhã, escola, batente, sacolão, supermercado, ginástica, revisão do carro, palestra, xarope pra tosse, matrícula no futebol, sapatilha de balé, manicure, arrumação de armário, presente de aniversário, prova de geografia, comprimido pra alergia, sofá impermeabilizado, lanchinho da hora, contas a pagar, conserto na costureira, recado para responder, ufas para colecionar, inspiração para escrever.
E não é que ela (a inspiração) veio bem na hora do para-casa da filha? (Para-casa um tanto quanto atípico esse, diga-se de passagem.)
– Ué, Bella, você saltou um tanto de exercício…
– Ichi, esqueci…
– E o colorido, não fez?
– Ó, pulei.
– E essa letra, filha? Você podia ter caprichado mais…
– Tá bem, me dá a borracha…
– Gente, que desânimo é esse? O que é que está acontecendo, pequena?
– É que hoje eu tô de TPM.
(…)
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