Trabalho no oitavo andar com vista pro mar.
Entre uma pausa e outra, café com biscoito,
descanso os olhos sobre o verde-azul infinito
que decora o fundo de tela do meu computador.
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Trabalho no oitavo andar com vista pro AMAR.
Entre uma caixa de lenço e outra, detenho os olhos
sobre as mais variadas espécies de dor.
A dor de quem perdeu alguém.
A dor de quem procura alguém.
A dor de existir. A dor de sumir.
A dor de amar. A dor de remar.
A dor de crescer. A dor de nascer.
A dor da culpa. A dor da luta.
A dor da mãe, do pai, do filho.
A dor de barriga, cabeça, cílio.
A dor da profissão. A dor da escuridão.
A dor do trauma. A dor da alma.
A dor do rompimento. A dor do ligamento.
A dor de mendigar amor.
A dor da idade. A dor da infertilidade.
A dor do encontro. A dor do desencontro.
A dor do vazio. A dor de ver navios.
A dor do ser. A dor do ter.
A dor do estudo. A dor de tudo.
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Entre uma dor e outra, avisto o mar
transbordar pelos olhos de quem chora.
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