Palavras abraçam. Aproximam. Acolhem. Fazem do silêncio ponte, do coração tradução, da dor um caminho.

Renata Feldman faz das palavras matéria-prima. Seu trabalho é feito de escuta, acolhida, interação, escrita.

Seja no refúgio da psicologia clínica, nos livros publicados ou posts aqui do blog, palavra é preciosidade.

Entre, aconchegue-se e fique à vontade. É uma alegria dividir este espaço com você.

Flor decorativa
Amor

"Românticos Anônimos"

24 January, 2012

“Românticos Anônimos” é um filme simplesmente delicioso. Fui outro dia sozinha e ontem rolou um irresistível “Vale a pena ver de novo” com o Dé, que confirmou a cada risada o sabor de um enredo cheio de graça e leveza. Sem falar do tanto de França que adentra pela alma da gente, seja pelas ruas, pelo outono, pelo sotaque e pelo chocolate (sim, ainda por cima tem uma fábrica de chocolate pra gente sair do cinema salivando – mesmo não sendo suíço).
Em plena era de “pegação”, socialização, explicitação de tudo e de todos, o grupo dos “Românticos Anônimos” soa no mínimo inusitado. Mas tirando tudo o que é surreal, tragicômico, sobra o que há de real, bastante real: gente tímida, emotiva, fechada. Mulheres que não sabem dizer não, homens que suam para dizer sim, gente que se embaraça nos encontros amorosos, sem saber o que dizer, sem ideia do que fazer. Medo de ser avaliado pelo outro, medo de o outro não gostar do que vê, perfeccionismo que acaba saindo pela culatra e virando piada. (Se o assunto acabar, talvez o banheiro seja a melhor saída.)
A afetividade existe, está aí pulsando dentro de você, mas o que fazer com ela?
Qual a dosagem? Qual a medida? Qual o para-casa que o psicólogo mandou você fazer?
“Românticos Anônimos” é um filme para rir, gargalhar e acima de tudo pensar: o que é que você está fazendo da sua vida? Como está vivendo (ou deixando de viver) o amor? Onde é que foi parar a chave da sua prisão? Você está fugindo de quê? De quem? Que segredos esconde tão bem guardados?
Coragem, meu(minha) caro(a). Que o mundo não anda muito romântico não há dúvida. Mas isso não tira a força que tem um sentimento, uma emoção ou afeto. Capacidade de amar, cada um nasce com a sua. A questão é se você se coloca como autor(a) ou anônimo(a) da sua própria história.

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