Ele chegou assim como quem não quer nada, querendo tudo. Podendo tudo.
Desejado, esperado, um certo ar de mistério e fascínio no ar.
Ele: o desconhecido tão conhecido, deliciosamente prometido para você.
Escalou montanhas, mergulhou no mar, te encontrou na areia com os braços abertos, já tarde da noite.
Meia-noite, meia-lua, você jamais tão inteira.
Nenhum minuto de atraso, nenhum senão ou porquê.
Cliques, registros, selfies, flashes.
Lá estava ele: impecável, a postos, feito especialmente para você. En-co-men-da-do. No tempo certo, na hora e no lugar que tinha que ser.
Desnecessário dizer que foi recebido com beijos, abraços, flores, pedidos, fogos de artifício, promessas indizíveis e outras escancaradas.
Ninguém tirava os olhos dele. Cada olhar mais cheio de brilho e emoção num intenso esfoguear de cores.
Teve música, cantoria, mesa farta, sambinha de taças, universo conspirando a seu favor.
Você chorou diante do céu iluminado, coração abarrotado de sonho, alegria, paz, esperança. Bonança.
Já não cabia mais tanto amor, tantos planos, tantos nobres desejos. Cabia.
E foi assim que ele chegou: de leve, como quem não quer nada, querendo tudo.
Presenteiro, vivo, alegre, namoradeiro.
Bem-vindo, 2015. Bem-lindo, tinindo, como deve ser.
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