Seis horas da manhã. Faz frio. Brrrrr. Um frio congelante, como há 42 anos não fazia em Belo Horizonte, assim registra o noticiário.
Um beijo carinhoso e um pouco de música basta para fazer o Léo levantar da cama. “Perfect”, “Happier”, “Give me love” são o melhor despertador que Ed Sheeran poderia ter inventado. Ah, Ed Sheeran. Também sou sua fã. Você me poupa tempo, insistência, trabalho. O menino acorda numa disposição só, vai direto pro chuveiro. E como canta.
Já a Bella não é muito fã de acordar com música. Aliás, ela não é muito fã de acordar. Se ligo o rádio, a pequena reclama que esse horário só tem música velha. Se programo o despertador, o coitado toca até cansar, “ignorado com sucesso”, como costuma dizer o irmão.
E assim correm as manhãs. Filho no chuveiro, filha no vigésimo sétimo sono. E que sono, meu Deus. Irmãos são mesmo do avesso.
Acendo a luz do corredor, adentro o quarto, abro a cortina e espio a pequena no seu restinho risonho de sonho. Cavalgadas divertidas em um unicórnio? Festa do pijama estendida? Uma piscina cheinha de chocolate ao leite? Porcos fofos e rosados? (Pelo menos em sonho dá pra ter o animal predileto de estimação.)
Depois de muita claridade, beijos e cosquinhas, anuncio oficialmente a realidade do novo dia.
– Bom dia, Bebella! Pula da cama, se não a gente vai se atrasar!
A pequena se enrosca toda debaixo da coberta, feito gatinho encolhido, até desaparecer por completo.
Quando aviso que é a última chamada, ela põe a carinha pra fora do edredom e reivindica da forma mais doce e inusitada possível:
– Mamãe, por favoooor!… Tenha piedade!…
(!)
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