Pitoresca cena de férias: três crianças no quintal de casa, dentro de um bote, comendo cereais e jogando conversa fora.
As crianças: Bella, sua amiga Maria Fernanda (irmã do João Marcelo, para quem já fiz um post por aqui) e Gabriel, vizinho do condomínio.
O bote: mais nova aquisição do Léo, graças à mesada que ele juntou nos últimos meses e aos pais que não estavam por perto na hora da compra.
Da conversa jogada fora surge uma pergunta:
– Mãe, explica pro Gabriel o que que é alma.
– Eu, Bella?
– É, ué. Você não é médica das almas?
Dou pausa no computador (estava escrevendo um post sobre o Dia do Amigo), assento os neurônios para decidir de onde começar e me lembro do rabino Nilton Bonder em seu livro “O segredo judaico de resolução de problemas”, que nos orienta a responder uma pergunta com outra pergunta.
Lá vou eu:
– Gabriel, o que é alma para você?
(…)
Depois de pensar uns três segundos, o menino arrisca, com sua alma de criança:
– É o que faz a gente estar vivo? (…)
– Isso, Gabriel, isso mesmo!…
Ao que a Bella complementa:
– É onde ficam nossos sentimentos…
– Nossas emoções…, emenda Maria Fernanda.
– É onde está o nosso coração, diz Gabriel.
Dou um aperto de bochecha em cada um e volto para o computador, a alma cheia, sorridente, mais inspirada do que nunca.
Vê lá se tem que fazer pergunta complexa pra psicólogo?
Na dúvida, pergunte às crianças.
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