Palavras abraçam. Aproximam. Acolhem. Fazem do silêncio ponte, do coração tradução, da dor um caminho.

Renata Feldman faz das palavras matéria-prima. Seu trabalho é feito de escuta, acolhida, interação, escrita.

Seja no refúgio da psicologia clínica, nos livros publicados ou posts aqui do blog, palavra é preciosidade.

Entre, aconchegue-se e fique à vontade. É uma alegria dividir este espaço com você.

Flor decorativa
Filhos

Par ou ímpar

27 February, 2011

Se tem uma coisa que filho pequeno adora é dormir na cama dos pais. Eles vão chegando, se enroscando, fazendo do nosso amor o melhor cobertor que existe.
A psicologia recomenda que cada um vá dormir na sua cama. A fisiologia da nossa coluna vertebral recomenda o mesmo. Mas os moles dos pais e mães muitas vezes não resistem à tentação de aconchegar os filhos e adormecer com eles, zelando o seu sono e desfazendo qualquer medo de escuro.
Tá bom, tá bom. Cada um tem a sua cama, e tem que aprender isso desde cedo. Mas uma tentaçãozinha de vez em quando não faz mal nenhum. Ainda mais porque eles crescem rápido demais, e um dia não vão caber mesmo na sua cama. E pra falar a verdade, não tem nada melhor que ouvir a respiração deles à noite e ficar vendo-os dormir, tenra expressão de anjo adormecido.
Dia desses o Dé estava viajando e quase deu briga lá em casa. O Léo queria dormir comigo. A Bella também. Para evitar maiores desgastes e resolver a coisa numa boa, disse pra eles tirarem par ou ímpar. Tive que ensinar pra pequena como é que se faz isso, que tem que esconder a mão pra trás, colocar quantos dedinhos quiser, etc.
Na hora h, os dois já posicionados, perguntei a ela:
– Bella, você quer par ou ímpar?
E ela, com a voz mais dengosa do mundo:
– Eu quero ganhar!…

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