Palavras abraçam. Aproximam. Acolhem. Fazem do silêncio ponte, do coração tradução, da dor um caminho.

Renata Feldman faz das palavras matéria-prima. Seu trabalho é feito de escuta, acolhida, interação, escrita.

Seja no refúgio da psicologia clínica, nos livros publicados ou posts aqui do blog, palavra é preciosidade.

Entre, aconchegue-se e fique à vontade. É uma alegria dividir este espaço com você.

Flor decorativa
Filhos

Pânico

09 October, 2011

Sexta-feira levei um susto danado, desses que inundam o organismo de adrenalina e alteram a pressão arterial.
Estava fechando o consultório quando recebi uma ligação da Patrícia, minha ajudante, em pânico:
– O Léo estava tomando banho e o box caiu em cima dele! Voou caco de vidro pra todo lado e ele teve vários cortes, mas parece que não foi nada grave.
Sua mãe e seu pai saíram daqui agora, foram levar ele pro hospital.

[Ai. Respira fundo, reza e aperta o passo.]
(…)
Graças a Deus tudo não passou de alguns cortes superficiais, o pior mesmo foi o susto e o tanto que o pequeno berrou.
Tinha caco de vidro até dentro da orelha, mas nem ponto precisou dar.
Nada como vô e vó sempre por perto, de prontidão, e um anjo da guarda que não arrasta pé nem um segundo, sempre em vigília e proteção.
Nada como carinho de pai e mãe pra passar o susto e aliviar a dor.
Curativos feitos e muitos decibéis de choro por causa do iodo ardido, fomos comer uma pizza pra relaxar.
A essa altura o Léo já estava com a carinha ótima, saboreando a sua pizza preferida e recontando a história algumas dezenas de vezes.
Eu ainda estava perplexa:
– Meu Deus, nunca ouvi contar um caso desses. O blindex estourar desse jeito, que loucura…
E aí é que ele me veio com mais uma das suas:
– Tá vendo, mãe? Por isso é que eu não gosto de tomar banho!
(!…)

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