Na rotineira arte de ensinar os filhos a serem mais organizados, e pelejando com a bagunça diária do quarto do Léo, acabei inventando mais uma moda: as “bolinhas felizes e tristes”.
Peguei uma folha de papel e dividi em duas colunas: uma do “Smile” e outra do “Smile” invertido, bem tristinho mesmo.
Se passo pelo quarto do pimpolho e vejo alguma coisa fora do lugar – toalha molhada na cama, tênis jogado, brinquedos incrivelmente espalhados pelo chão -, desenho uma bolinha na coluna do sorriso invertido, e escrevo ao lado o motivo. Já se encontro o quarto arrumado, as gavetas fechando tranquilamente, tudo tinindo, lá vai uma bolinha na coluna do “Smile”, seguida da justificativa. A folha fica pregada na porta do armário, bem visível.
Não é que a moda pegou? De repente o Léo ficou super motivado com a organização do quarto, e até me chama pra ver a arrumação. Claro, pra ganhar bolinha feliz. E é claro também que continua ganhando bolinha triste, organização doméstica não se faz de um dia pro outro…
Empolgada com a empolgação dele, passei numa papelaria e comprei alguns presentinhos, lindamente embrulhados: bola de futebol, monstrinho que pula, Super Trunfo, argila, boné da Copa…
E aí o combinado é o seguinte: todo domingo, fazemos a contagem das bolinhas. Se ele tiver mais bolinhas felizes do que tristes, “abro a lojinha”: exponho na mesa de jantar os presentinhos que comprei, e ele escolhe o que quiser, apalpando os embrulhos pra ver qual o atrai mais. Se as bolinhas tristes forem maioria, baubau presente…
Ontem resolvemos inaugurar a lojinha. Eu já tinha passado o olho na folha e vi que tinha dado “empate técnico”. Só não contava com a astúcia do Léo. O danado foi lá na folha, desenhou mais uma bolinha na coluna do “Smile” e escreveu: TOMÔ BANHO.
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