Palavras abraçam. Aproximam. Acolhem. Fazem do silêncio ponte, do coração tradução, da dor um caminho.

Renata Feldman faz das palavras matéria-prima. Seu trabalho é feito de escuta, acolhida, interação, escrita.

Seja no refúgio da psicologia clínica, nos livros publicados ou posts aqui do blog, palavra é preciosidade.

Entre, aconchegue-se e fique à vontade. É uma alegria dividir este espaço com você.

Flor decorativa

"Óio o mundo"

12 July, 2020

Abro a janela e “óio o mundo”. Sou mineira, namoradeira, “escrevedeira”, “fazedeira” de esperança. Sou todo ouvidos, deixe-me apresentar.

Abro a porta e deixo o mundo entrar. E cada um que adentra a sala 804 traz seu quintal, seu pomar, suas raízes pra gente regar; sua falta de chão, seus muros, seu rasgo de emoção. Sou “escutadeira”, alento, refúgio, sou a profissão que escolhi abraçar.

“Óio o mundo” e vejo dor, amor, vazio, mãe, pai, menino. Vejo desigualdade, saudade, busca, choro, impermanência, metade. Enxergo o outro através dos olhos dele, e isso se chama empatia. (Que rima com alegria.) Chego a pegar na felicidade depois de um dia inteirinho de trabalho.

E se a mão coça, tenho que escrever. Assim como o Anthonio canta e os males espanta, escrevo e o bem viceja: pego papel, caneta, emoção e dou vida aos sentimentos que preciso desaguar, feito rio no mar.

Abro a janela, a porta, o coração, o computa-dor. Vejo dor. Ai, como esse mundo dói. Mas ele também se alegra de ver a gente olhando pra ele, por ele, na fé e certeza de que um dia ele vai ser um lugar melhor de se viver. Mais igual. Mais normal. Mais gentil, amoroso, tocante, vibrante, feito as canções de Anthonio. Mais arte, poesia, crença, coragem, paz, esperança. Uma bonança de amor que só vendo.

Muito prazer, eu sou a Renata. Psicóloga, escritora, sonhadora. Mulher, mãe, filha, professora. Fico feliz de dividir um cadinho do meu mundo com você.

P.S: Dedico este post ao meu amigo Anthonio Marra, gente linda que com sua canção “óio o mundo” (e outras tantas) nos inspira a criar também. De voz em voz, quem sabe a gente possa entoar um grande coro – botando os olhos nesse mundo pra ele sorrir bonito.

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