Antes que ela cresça de vez. Antes que o tempo e as espinhas reconfigurem seu modo espontâneo de ser, tão típico das crianças, tão cheio de graça e delicadeza nessa minha menina-flor. Antes que a minha mente (tão cheia de listas, afazeres e neurônios falantes) esqueça, me dou o direito a este breve recreio, rendendo-me à delícia de registrar aqui mais uma perolice da Bella.
Mochila nas costas e animação além da conta, lá foi ela passar o fim de semana fora. Ela e a turma da escola, alegria coletiva para comemorar o aniversário de um amigo num hotel-fazenda em Cordisburgo, ao tema de Harry Potter. Programação intensa, você pode imaginar: quadribol, piscina, teatro, gincana, atividade de terror, tobogã de sabão…
Com beijos, abraços e muitas recomendações, me despedi dela numa sexta às 7 da manhã. E veio o meio-dia. E veio a sexta à noite. E veio o sábado de manhã, o sábado à tarde, o sábado à noite. Nem sinal de vida, nem uma mensagenzinha de bom dia. Sabia que ela estava bem, se divertindo, feliz da vida, feliz também fiquei. “Só pra constar, vai que ela pega o celular e dá uma olhadinha”, mandei um alô no sábado de manhã (sem resposta) e outro às onze da noite, dizendo que estava com saudade.
Cinquenta minutos depois, já quase domingo, meu celular apita breve e sucinto, mais parecia um telegrama: “Oi mamãe! Desculpa pela demora ando muito ocupada manda bjs pra todos! Amanhã nos falamos”
(!)
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