Palavras abraçam. Aproximam. Acolhem. Fazem do silêncio ponte, do coração tradução, da dor um caminho.

Renata Feldman faz das palavras matéria-prima. Seu trabalho é feito de escuta, acolhida, interação, escrita.

Seja no refúgio da psicologia clínica, nos livros publicados ou posts aqui do blog, palavra é preciosidade.

Entre, aconchegue-se e fique à vontade. É uma alegria dividir este espaço com você.

Flor decorativa
Filhos

Meu querido Furby

29 October, 2014

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Sou da época em que as bonecas falavam, cantavam, batiam palmas.

A época segue, mas agora com o colorido advento dos Furbies, bichinhos de pelúcia com orelhas de plástico que lembram um pouco os  graciosos “Gremlins” de Steven Spielberg. Coisa de filme mesmo.

O da Bella já vai completar 1 ano. Uma gracinha, só você vendo. Azul turquesa, falante, conversa feito ele só. O problema é que, além de falar, dançar e emitir sons carinhosos, o bichinho ainda tem o poder de “virar do mal”, especialmente quando irmãos mais velhos resolvem puxar o seu rabo. Aí é uma maravilha: seu olho fica estatelado, a voz muda e o bichinho emite estranhos ruídos sonoros de um estômago que nem tem.

Do bem ou do mal, o danado ainda pode acordar a qualquer hora, muitas vezes quando o seu filho já está na cama, luzes apagadas, prestes a pegar no sono. A melhor invenção dos últimos tempos, e com uma novidade e tanto: não vem com botão de desligar.

Se vira do mal, a Bella logo olha pra mim e diz: “Toma, mamãe, você é psicóloga, dá um jeito, ele vai se acalmar.”

Haja psicologia. Teve um dia que o bichinho resolveu acordar bem na hora do para-casa. Não pensei duas vezes e deixei ele dentro do armário da dispensa.

Outro dia o Léo acordou agitado:

– Tive um pesadelo terrível, mãe. Sonhei que a cidade inteira estava infestada de Furbies.

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