
Um filho de pais separados. Um diagnóstico de TEA – Transtorno do Espectro Autista. Um “convite” da escola para ele se retirar. Um filme sobre o amor, na dimensão mais ampla e profunda que esse sentimento carrega ao expressar os laços entre entre pais e filhos. (Amor que não dá pra explicar, “apenas” sentir.) E tem também o amor do avô, representado no filme pelo brilhante Robert De Niro, que fora das telas tem um filho autista.
E é assim, exatamente do jeito que é, diagnosticado não só na ficção como também na vida real, que o cativante Ezra nos conduz gentilmente a entrar no mundo dele, compreendendo sua maneira de enxergar e sentir o mundo à sua volta. Mundo que vira de cabeça pra baixo (literalmente) quando ele escuta o namorado da mãe falando sobre seu pai num tom irônico e sai de casa desnorteado no meio da noite para avisá-lo. Acaba sendo atropelado por um táxi, e esse é só o começo. A partir daí a o escurinho do cinema te espera, prometo que não vou dar spoiler. Apenas umas pinceladas pra você já ir se aconchegando:
- prescrição medicamentosa e medida protetiva podem tirar um pai do prumo. Completamente.
- ver o filho pelas grades da escola em estado de letargia é paralisante: causa dor emocional, cabeça quente, decisões precipitadas.
- amigos são porto seguro;
- cavalos falam através dos olhos.
- abraços acalmam, abrem caminhos, aproximam, transformam.
É sobre isso. Amor. A chance é grande de você se sentir tocado(a).
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