Palavras abraçam. Aproximam. Acolhem. Fazem do silêncio ponte, do coração tradução, da dor um caminho.

Renata Feldman faz das palavras matéria-prima. Seu trabalho é feito de escuta, acolhida, interação, escrita.

Seja no refúgio da psicologia clínica, nos livros publicados ou posts aqui do blog, palavra é preciosidade.

Entre, aconchegue-se e fique à vontade. É uma alegria dividir este espaço com você.

Flor decorativa
Amor

Jogue suas tranças

25 January, 2011

“Enrolados” é mais um filme da Disney liberado para maiores de 18 anos. Versão moderninha do clássico Rapunzel, a animação nos convida a pensar em questões que não são prerrogativa dos contos de fadas.
No filme, uma bruxa prende a princesa no alto de uma torre dizendo que a ama demais. Que o mundo lá fora é muito perigoso, cheio de bandidos, animais selvagens, homens malvados. A nariguda cumpre direitinho o papel de mãe superprotetora, aprisionando a  sonhadora princesa com as suas preocupações excessivas.
Às mães que vestiram a carapuça, ainda está em tempo de tirar. Tirar de cabeça o medo exagerado, a preocupação neurótica, a proteção paranóica. Filho precisa de liberdade, mãe. Até mesmo para cair, machucar, levantar e cair de novo se preciso for. É assim que os pequenos crescem fortes e sadios, algo assim bem parecido com um slogan de achocolatado. É assim que viram gente grande, mãe.
Mas não precisa ser mãe pra prender numa torre, quase dentro de uma bolha. Saindo da maternidade pra relação a dois, homem-mulher, não é difícil encontrar bruxos e bruxas que adoram aprisionar seus parceiros, transformando-os em propriedade, tesouro com certificado de garantia, posse que vale ouro. Ciúmes dali, condições acolá e o relacionamento vira um verdadeiro inferno.
“Rapunzel, jogue suas tranças.” Pelo amor de Deus, Rapunzel. Rápido. Vai conhecer a liberdade, o chão, a aventura, o amor de verdade. Vai.

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