Amor

Hábito

12 May, 2009

Quem conhece o amor sabe o que é viver a alegria e tranquilidade do hábito.
Hábito que habita o bom dia, as escovas de dente, o doce ruído dos talheres à mesa, a roupa de cama, o beijo de despedida.
Quem conhece o amor sabe o que é viver o hábito da torcida, do cuidado, dos projetos tão em comum. Hábito que habita os porquês do filho, o chorinho da filha, o abraço cheio de energia ao final de um dia cheio de trabalho.
Quem conhece o amor sabe o que é viver o hábito dos domingos de sol ou de chuva, quando o melhor programa é estar simplesmente junto, não importa onde.
Quanto mais cresce o amor, mais a gente se acostuma com o outro: pernas entrelaçadas para dormir, mensagens de boa viagem, boas risadas à hora do jantar, porto seguro que torna mais leve os assuntos pesados.
Mas o amor se assusta qundo se habitua à rispidez dos desencontros, aos rótulos que são pregados, às palavras que são colocadas na boca.
Se deixar, o amor se habitua à falta de conversa, ao bom dia atravessado, ao carinho atropelado, à autoridade surda. (Será que o amor se acostuma?)
O leve fica pesado, o pequeno fica grande, o domingo vira segunda, a ponte vira abismo, o amor vira dor.

Comentários

Seja o primeiro a comentar!