Renata Feldman

Renata Feldman

Psicóloga e Escritora

Palavras abraçam. Aproximam. Acolhem. Fazem do silêncio ponte, do coração tradução, da dor um caminho.

Renata Feldman faz das palavras matéria-prima. Seu trabalho é feito de escuta, acolhida, interação, escrita.

Seja no refúgio da psicologia clínica, nos livros publicados ou posts aqui do blog, palavra é preciosidade.

Entre, aconchegue-se e fique à vontade. É uma alegria dividir este espaço com você.

Flor decorativa
Uncategorized

Gol contra

24 May, 2023

Eu não entendo muito de futebol. Entendo de gente; de dor que atravessa coração de gente. Tristeza, decepção, pesar, lamento. Profundo lamento.

A humanidade já caminhou tanto, já aprendeu tanto . (Será que aprendeu?) E ainda assim anda trocando vitória por bola fora, falta, gol contra.

O que será que falta? Amor? Consciência? Solidariedade, compaixão, empatia? Ou será que falta humanidade?

Mais uma vez (até quando?) o preconceito invade o campo e a vida. Levamos todos um chute no estômago. Somos todos agarrados pelo pescoço. Vestimos todos a camisa de Vini Jr.

O que mais será que falta? Conversar com as nossas crianças em casa e na escola, onde tudo começa? Falar (de novo) de amor, alteridade, respeito? Lembrar que há uma lei universal de causa e efeito atuando a todo instante?

Não é a primeira vez que escrevo sobre preconceito por aqui. Gostaria muito que fosse a última. Cartão vermelho para os incitadores de tamanha dor e vergonha.

Será que não passou da hora de mudar as regras do jogo? Transformar o olhar, anular toda e qualquer manifestação de racismo, falar aquilo que nos toca. Tocar as pessoas como um toque de bola, suave e certeiro em direção à rede.

Quem sabe um dia (não perco a esperança) o placar vire. Na raça. Sete a zero para a paz, apita o juiz. A torcida vibra emocionada, o grito é de gol, a alegria contagia.

Está pontuado, cuidadosamente registrado. É preto no branco. E não se fala mais nisso.

Compartilhar este post

Posts Relacionados

Carta à Clarice Lispectoremoção

Carta à Clarice Lispector

Querida Clarice, Já se passaram alguns dias do nosso encontro no teatro. Queria ter escrito já no dia seguinte, transbordando que estava de emoção, mas o correr desenfreado do tempo fez com que os rascunhos acabassem guardados em uma gaveta do coração. Ah, como chorei: ao te ver, te ouvir, te sentir. Como foi bom te ver viva, vivíssima, através da belíssima atuação de Beth Goulart (tão linda, tão parecida fisicamente com você, impressionante!). Atriz e escritora se fundiram, pessoa e personage

13 de out. de 2025Ler mais →
Foi-sevida

Foi-se

Agosto foi embora e eu nem vi. Vivi. Muito, intensamente, cada segundo desse mês que geralmente se mostra - se sente - tão longo, tão grande, exageradamente demorado. Cadê? Passou, fui, ui, o tempo está mesmo voando. (Ou fui eu que não parei.) Agosto dos ventos uivantes, gelados. Das notícias ruins para quem acredita em superstição. (Ou no próprio desenrolar dos fatos, é fato...) E também das notícias boas, assim é a vida, gente querida andou nascendo e soprando velas por aqui. Viva! E teve na

1 de set. de 2025Ler mais →
Estou aqui.cinema

Estou aqui.

Sim, eu sei. Perdi o timing. Me perdi em meio à minha emoção, à minha ação. (Acho que fiquei paralisada, fora do ar, sem palavras.) Aí a vida veio passando, outros filmes também, e aqui estou: atrasada feito o coelho da Alice, "é tarde, é tarde, é tarde", mas aqui estou. Preciso ticar essa pendência. Check. Pode ser que você não leia, já tenha se saturado com o assunto, vou entender. Mas preciso escrever, a dívida é comigo mesma. E antes que você vá embora, te adianto um pequeno spoiler: o post

28 de jul. de 2025Ler mais →

Comentários

Seja o primeiro a comentar!