Eu não entendo muito de futebol. Entendo de gente; de dor que atravessa coração de gente. Tristeza, decepção, pesar, lamento. Profundo lamento.
A humanidade já caminhou tanto, já aprendeu tanto . (Será que aprendeu?) E ainda assim anda trocando vitória por bola fora, falta, gol contra.
O que será que falta? Amor? Consciência? Solidariedade, compaixão, empatia? Ou será que falta humanidade?
Mais uma vez (até quando?) o preconceito invade o campo e a vida. Levamos todos um chute no estômago. Somos todos agarrados pelo pescoço. Vestimos todos a camisa de Vini Jr.
O que mais será que falta? Conversar com as nossas crianças em casa e na escola, onde tudo começa? Falar (de novo) de amor, alteridade, respeito? Lembrar que há uma lei universal de causa e efeito atuando a todo instante?
Não é a primeira vez que escrevo sobre preconceito por aqui. Gostaria muito que fosse a última. Cartão vermelho para os incitadores de tamanha dor e vergonha.
Será que não passou da hora de mudar as regras do jogo? Transformar o olhar, anular toda e qualquer manifestação de racismo, falar aquilo que nos toca. Tocar as pessoas como um toque de bola, suave e certeiro em direção à rede.
Quem sabe um dia (não perco a esperança) o placar vire. Na raça. Sete a zero para a paz, apita o juiz. A torcida vibra emocionada, o grito é de gol, a alegria contagia.
Está pontuado, cuidadosamente registrado. É preto no branco. E não se fala mais nisso.
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