Palavras abraçam. Aproximam. Acolhem. Fazem do silêncio ponte, do coração tradução, da dor um caminho.

Renata Feldman faz das palavras matéria-prima. Seu trabalho é feito de escuta, acolhida, interação, escrita.

Seja no refúgio da psicologia clínica, nos livros publicados ou posts aqui do blog, palavra é preciosidade.

Entre, aconchegue-se e fique à vontade. É uma alegria dividir este espaço com você.

Flor decorativa
Filhos

Freud explica

28 August, 2009

Ontem a famosa teoria do Complexo de Electra (oposto do Complexo de Édipo) saiu dos livros e anais de psicologia e foi parar na minha cama.
Aliás, muito antes de ontem. Com apenas um ano e nove meses, minha pequena Bella é apaixonada pelo pai. Óbvio.
Mas ontem eu não acreditei no que esse pinguinho de gente fez. Eram quase onze horas da noite e a pituquinha estava na cama com o pai, assistindo ao jogo do Galo, gritando gol e tudo mais, quando a mãe foi trocar sua fralda e tentar finalmente fazê-la dormir. (Já passava da hora.)
Fui trocando a fralda com o quarto à meia luz, caixinha de música, e ela foi amolecendo. Não titubeei e a levei na direção da sua minicama, quando ela disse pra minha alegria: “Deita, mamãe!”
Ufa. Deitei junto dela, a cobri com carinho, ela segurando a minha mão, eu fazendo cafuné no seu fino cabelo de anjo. Quando a mãe já estava quase cochilando, a mocinha me sai da cama e vai se aboletar com o pai, na minha cama. Pode?!
E foi assim, provando na prática que o Complexo de Electra existe, que a minha filha me pôs pra dormir.

Compartilhar este post

Posts Relacionados

Doce alquimiavida

Doce alquimia

Incrível a doce alquimia da vida. O dom de transformar leite condensado em brigadeiro. Farinha de trigo em Challah. Espera prolongada em Beta hCG positivo. Colo em passos de dança. Semente em flor. Dia-a-dia em alegria. E assim a gente vai transformando picolé em palito premiado. Contos de fadas em "Friends", "Amor e gelato", "Gossip Girls". Escola em faculdade. Aconchego em saudade. Amor em história. História em continuidade. A gente vai virando a folhinha do calendário e percebendo que o tem

1 de nov. de 2025Ler mais →
Carta à Clarice Lispectoremoção

Carta à Clarice Lispector

Querida Clarice, Já se passaram alguns dias do nosso encontro no teatro. Queria ter escrito já no dia seguinte, transbordando que estava de emoção, mas o correr desenfreado do tempo fez com que os rascunhos acabassem guardados em uma gaveta do coração. Ah, como chorei: ao te ver, te ouvir, te sentir. Como foi bom te ver viva, vivíssima, através da belíssima atuação de Beth Goulart (tão linda, tão parecida fisicamente com você, impressionante!). Atriz e escritora se fundiram, pessoa e personage

13 de out. de 2025Ler mais →
Foi-sevida

Foi-se

Agosto foi embora e eu nem vi. Vivi. Muito, intensamente, cada segundo desse mês que geralmente se mostra - se sente - tão longo, tão grande, exageradamente demorado. Cadê? Passou, fui, ui, o tempo está mesmo voando. (Ou fui eu que não parei.) Agosto dos ventos uivantes, gelados. Das notícias ruins para quem acredita em superstição. (Ou no próprio desenrolar dos fatos, é fato...) E também das notícias boas, assim é a vida, gente querida andou nascendo e soprando velas por aqui. Viva! E teve na

1 de set. de 2025Ler mais →

Comentários

Seja o primeiro a comentar!