Palavras abraçam. Aproximam. Acolhem. Fazem do silêncio ponte, do coração tradução, da dor um caminho.

Renata Feldman faz das palavras matéria-prima. Seu trabalho é feito de escuta, acolhida, interação, escrita.

Seja no refúgio da psicologia clínica, nos livros publicados ou posts aqui do blog, palavra é preciosidade.

Entre, aconchegue-se e fique à vontade. É uma alegria dividir este espaço com você.

Flor decorativa
Filhos

Ele é o cara (metade)

08 August, 2010

Ontem eu passei uma tarde agradável na Praça da Liberdade, participando de uma gravação para o MGTV (http://video.globo.com/Videos/Player/Noticias/0,,GIM1314691-7823-DIA+DOS+PAIS+DEVE+SERVIR+PARA+COMEMORAR+A+PRESENCA+DELES+NA+VIDA+DOS+FILHOS,00.html. ) O tema? Dia dos Pais. O enfoque? A cumplicidade entre pais e filhos.
Como diz o velho ditado, “não basta ser pai. Tem que participar.” E aí a repórter queria saber se essa participação vem aumentando nos últimos tempos. Se a cumplicidade hoje é maior. Se essa presença é importante, entre outras tantas perguntas.
Foi bom ouvir, nas minhas próprias respostas, a constatação de que sim, essa participação aumentou. O pai de hoje (sem excluir os de ontem, que também faziam por onde) troca fraldas, dá banho, acorda de madrugada. A boa notícia é que isso vem ocorrendo não por imposição, muito menos regra. É claro que os homens têm percebido uma necessidade de ajudar as mulheres na criação dos filhos. (Elas, de cuidadoras, passaram a exercer também o papel de provedoras. Acordam cedo e vão trabalhar fora, pegando no batente feito gente grande.) Mas o provedor oficial passou a sentir, acima de tudo, uma demanda de prover também os cuidados essenciais. E faz isso com gosto, com afeto, com a emoção de zelar por um pedaço seu. O filho precisa desse afeto. O filho pede esse afeto. Não é porque ficou nove meses na barriga da mãe e mamou no seu peito que a presença paterna será menos importante. Você, como filho(a), sabe disso:  é a parte inteira de duas metades.
Eu espero que você tenha tido um Feliz Dia dos Pais. Regado a beijos, abraços, café na cama, cartões apaixonados, família reunida, panelada de frango e cantoria. Tem quem diga que este é apenas um dia comercial. Eu prefiro dizer que é o dia oficial de dizer “eu te amo” para aquela metade essencial que presenteou você com a vida.

PS: Se o seu Dia dos Pais foi regado a saudade, ainda assim você terá prestado sua homenagem. O amor transforma distância em encontro, ausência em presença, separação em abraço.

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