

Incrível como o tempo passa rápido. A frase é clichê, eu sei, mas de uma veracidade confirmada com unanimidade. Quem nunca teve a mesma sensação ou repetiu a mesmíssima fala? Quem nunca discutiu sua relação com o tempo?
Outro dia mesmo eu acalentava esse menino no colo. Tantas memórias, tanto amor envolvido, tanta história. Hoje ele sopra dezoito velas, enchendo a minha vida de luz e alegria. Dezoito anos, não dá para acreditar. Ou dá? Claro que dá. Senhor Tempo não foge ao trabalho: faz o serviço direitinho, com comprovante e firma reconhecida no cartório; mas numa discrição e sutileza, que no dia-a-dia a gente quase não percebe sua presença. Invisível, implacável, o danado está lá, brincando de mágico, de tirar momentos da cartola. E quando a gente assusta, o menino já tem bigode, trabalho, namorada, vaga na faculdade.
Ano passado, em outubro, ouvi a Bella “reclamar”: “Ô, mãe, o Léo não é mais criança mas acho que ele também tem que ganhar presente!…”
Fiquei sensibilizada com o apelo solidário da irmã mais nova e resolvi rapidinho o “problema”: dei um envelope com uma nota de cinquenta reais e um porta-retrato com essa nossa foto de anos atrás, ele bebê e eu babando, misto de aconchego e ternura. Ele amou. Mas amou também as três (três!!!) fotos que a namorada deu pra ele, uma semana depois. Imagina o meu “momento-surpresa” ao chegar no quarto dele e ver que no lugar do porta-retrato que eu dei tinha um combo de fotos da (fofa, tenho que dizer!…) namorada. A mãe foi rebaixada para o alto da estante, c´est la vie, sorrindo para o tempo e para o que ele vive tentando nos dizer, basta querer ouvir: nova fase, novo ciclo, bem-vinda à vida!….
E agora é com você, Léo: bem-vindo à vida adulta. Repleta de desafios, conquistas, maioridade, alegria, projetos, realização, coragem. Afina o violão e canta comigo: se os seus dezoito anos fossem uma música (e são, música para os meus ouvidos!…), seriam um duo: liberdade e responsabilidade no seu refrão mais lindo, desses que não saem da cabeça nem do coração.
Por aqui, muita emoção de ver você crescer, meu filho. Em todos os sentidos. Muita bênção de pai e mãe para que você continue trilhando caminhos cheios de sol, com tudo o que faz brilhar seus olhos. (Assim como você brilha os meus.)
E quando você tiver uma pausinha pra tomar um café com aquele senhor da cartola, prosear sobre “o correr da vida embrulhando tudo”, me chama que eu também vou. Sou amiga dele faz tempo.
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