Acabo de voltar da Itália. Olhos brilhando pela exuberante Verona de Romeu e Julieta, uma voltinha por Siena, paisagens de cartão postal, se isso for sonho não me acorda.
Na verdade, acabo de voltar do cinema. Aguada que estava por uma tela daquele tamanho, com direito a pacotão de pipoca e uma companhia de deixar Romeu no chinelo, fui ver “Cartas para Julieta”.
Se você ainda não viu, recomendo. Não pelo filme em si, que é bastante previsível, romântico, hollywoodiano. Mas pela Itália que adentra a nossa alma, pela casa de Julieta que nos remonta ao amor trágico e pela ideia que permeia o filme: mulheres de coração partido deixam cartas para Julieta no muro de sua casa. Cartas estas que são recolhidas diariamente por funcionárias da prefeitura de Verona, respondidas e enviadas pelo correio às respectivas destinatárias. Cartas de mulheres que amam demais, sofrem demais, buscam desesperadamente pelo amor perdido. E assim, entre dores e amores, o muro de Julieta vai se transformando em “Muro das Lamentações”.
Por um instante, me vi em Verona lendo as cartas dessas mulheres e respondendo uma a uma, juntando minha paixão por escrever com a minha paixão em ajudar as pessoas.
Nas horas vagas um bom vinho, queijos, um belo fettuccine, capuccino cremoso e, pra completar, a legítima pizza italiana.
É, até que um servicinho desse não seria nada mau.
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