Eu choro, tu choras, eles chora, nós choramos. Choro rompido, doído, afunda meus olhos. Seus. Nossos. Do mundo inteiro.
Quantos olhos mais terão que assistir à mesma cena? Uma vez só já não bastava? Não era suficiente? Cadê o “nunca mais” que eu jurava existir? Quem o tirou de mim?
O “nunca mais” se transformou em “mais uma vez”. Lágrimas de lama, lamento, será que dá pra voltar no tempo? E fazer diferente, direito, com responsabilidade, amor e cuidado, minha gente. Por Mariana, Brumadinho, pelas montanhas de Minas já tão sofridas, já tão despidas. Por mim, por você, por nós que afundamos um tanto também. E sentimos, tanto: susto, dor, tristeza, indignação, pesar, desesperança, lamento. Algo também se rompe dentro da gente. Algo também se rompe dentro da gente. Algo também se rompe dentro da gente, vou ter que escrever mil vezes.
Onde se vê vida leia-se gente, natureza, trabalho, progresso, luta. Só não pode ser “vale-tudo”. Desse jeito não vale, não pode valer. Não pode ser.
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