Tem gente que brinca com o amor.
Faz do que é sagrado passatempo.
Transforma riso em lamento.
Rasga uma história em mil pedaços.
Não dá conta de amar.
Não dá conta do amor.
Vira especialista em dor.
Dor de assombro, dor de susto,
dor de decepção, dor do cão.
Causa vazio, paraplegia, estômago incendiado.
Pega as cinzas e joga ao vento,
pega o amor e enterra com cimento.
Aqui jaz um amor que foi, já não é.
Que acabou, finitou, apenas poderia ter sido.
Ausente. Inexplicável. Inexistente. Desperdiçado.
Milhões de cacos de um amor que se quebra.
Jogado longe. Atirado sem dó nem pena.
Cama vazia. Alma vazia. Baita azia.
Por que a brincadeira?
Por que a ilusão sem eira nem beira?
Enlouqueceu. Escureceu. Perdeu a vez.
Com o amor não se brinca, criança.
Amor é verso, direção, poema, sentido de vida.
Uma pena quem escolhe brincar ao invés de amar.
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