Renata Feldman

Renata Feldman

Psicóloga e Escritora

Palavras abraçam. Aproximam. Acolhem. Fazem do silêncio ponte, do coração tradução, da dor um caminho.

Renata Feldman faz das palavras matéria-prima. Seu trabalho é feito de escuta, acolhida, interação, escrita.

Seja no refúgio da psicologia clínica, nos livros publicados ou posts aqui do blog, palavra é preciosidade.

Entre, aconchegue-se e fique à vontade. É uma alegria dividir este espaço com você.

Flor decorativa
Amor

Alguém para amar

11 January, 2016

 

tumblr_static_tmblr-amor

Entro o ano falando de amor,  esse tema que jamais envelhece, perece ou cai em desuso. O amor que continua numa meia-noite de Ano Novo, entremeando emoção e convicção em meio aos pingos de artifício. (Chuva de amor, arroz, esperança.) O amor que recomeça depois de prenúncios dolorosos de fim. O amor que nasce quase que por acaso, num acaso que na verdade nunca existiu. O amor que se procura, o amor que se diz em falta, o amor que não se acha. O amor que não se explica, não se entende, não se fabrica da noite pro dia. O amor atropelado, interrompido, perdido num trilho de trem. (É fato, é pena, mas o coração não costuma se ater aos encantos do calendário.) Outro parênteses: o amor que quebra, que desencanta, que chora.

Amor: substantivo simples (não tão simples assim), abstrato, subjetivo, tantas vezes pronunciado nos desejos, abraços, telefonemas e mensagens de um Feliz Ano Novo. Nunca sozinho, mas sempre bem acompanhado de paz, alegria, saúde, luz, esperança para você e toda a sua família. (Quer desejo mais completo?)

Vou correr, suar, desintoxicar o ano que passou. Coloco os fones de ouvido e a música que me serve de combustível é trilha sonora para este post:  “Somebody to love”, Queen. A letra fala de um encontro que ainda não aconteceu, de uma busca que não se concretizou, mas de uma sede desesperadora de amar: “Each morning I get up I die a little… Can anybody find me somebody to love?”

A música é linda e a busca procede. Falar de amor é falar da hashtag mais usada. Da figa mais bem feita. Do pedido mais doído e sonhado. Da necessidade mais urgente. Da melodia mais afinada, embora tantas vezes em desafino.

Alguém para amar, seja qual for o seu amor. E que assim seja: inteiro, genuíno, verdadeiro, na acepção mais transbordante de amar.

Compartilhar este post

Posts Relacionados

Carta à Clarice Lispectoremoção

Carta à Clarice Lispector

Querida Clarice, Já se passaram alguns dias do nosso encontro no teatro. Queria ter escrito já no dia seguinte, transbordando que estava de emoção, mas o correr desenfreado do tempo fez com que os rascunhos acabassem guardados em uma gaveta do coração. Ah, como chorei: ao te ver, te ouvir, te sentir. Como foi bom te ver viva, vivíssima, através da belíssima atuação de Beth Goulart (tão linda, tão parecida fisicamente com você, impressionante!). Atriz e escritora se fundiram, pessoa e personage

13 de out. de 2025Ler mais →
Foi-sevida

Foi-se

Agosto foi embora e eu nem vi. Vivi. Muito, intensamente, cada segundo desse mês que geralmente se mostra - se sente - tão longo, tão grande, exageradamente demorado. Cadê? Passou, fui, ui, o tempo está mesmo voando. (Ou fui eu que não parei.) Agosto dos ventos uivantes, gelados. Das notícias ruins para quem acredita em superstição. (Ou no próprio desenrolar dos fatos, é fato...) E também das notícias boas, assim é a vida, gente querida andou nascendo e soprando velas por aqui. Viva! E teve na

1 de set. de 2025Ler mais →
Estou aqui.cinema

Estou aqui.

Sim, eu sei. Perdi o timing. Me perdi em meio à minha emoção, à minha ação. (Acho que fiquei paralisada, fora do ar, sem palavras.) Aí a vida veio passando, outros filmes também, e aqui estou: atrasada feito o coelho da Alice, "é tarde, é tarde, é tarde", mas aqui estou. Preciso ticar essa pendência. Check. Pode ser que você não leia, já tenha se saturado com o assunto, vou entender. Mas preciso escrever, a dívida é comigo mesma. E antes que você vá embora, te adianto um pequeno spoiler: o post

28 de jul. de 2025Ler mais →

Comentários

Seja o primeiro a comentar!