Palavras abraçam. Aproximam. Acolhem. Fazem do silêncio ponte, do coração tradução, da dor um caminho.

Renata Feldman faz das palavras matéria-prima. Seu trabalho é feito de escuta, acolhida, interação, escrita.

Seja no refúgio da psicologia clínica, nos livros publicados ou posts aqui do blog, palavra é preciosidade.

Entre, aconchegue-se e fique à vontade. É uma alegria dividir este espaço com você.

Flor decorativa
Mães

Ai, que saudade do lobo mau...

04 October, 2009

Não conheço nenhuma criança que tenha sido traumatizada pelo lobo mau. Fez parte da minha história, hoje faz parte da história dos meus filhos e é com alegria que eu passo ela pra frente, cantando: “Quem tem medo do lobo mau? Lobo mau! Lobo mau!…”

Mas hoje saí no meio de uma peça de teatro, extremamente incomodada com o teor da mensagem que estava sendo transmitida. Como o nome da peça é “Chapeuzinho Vermelho e o Lobo Guará”, pensei que seria uma adaptação do conto original voltada para a questão ecológica. Ledo engano. Propaganda enganosa. Desagradável surpresa ao ver que pintaram um lobo dez vezes pior que o lobo mau: um lobo se dizendo ser o “espírito do mal”, persuadindo o pobre do lobo guará a fazer maldades, desde com uma formiga até com a avó do Chapeuzinho Vermelho.
O que era para ser diversão virou frustração. Melhor dizendo, indignação.
Para minha filha e sobrinha, foi como colocar na boca um pirulito cheio de pimenta. Para mim, o desgosto de ver uma peça infantil sem o menor zelo quanto aos valores incutidos no texto. De dar medo.

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