Um estouro. Um apagão. Alarme de incêndio disparado. Coração disparado. Panturrilhas em dia. Um prédio inteiro no térreo, aguardando os bombeiros chegarem. Chegaram.
Conectados somos, conectados estamos. Um transformador estoura na rua e cada sala é afetada (impactantemente afetada) de um jeito. Cai a energia, para o ar-condicionado, escurece o computador, sai fumaça no aparelho de som. Uma cadeira do décimo andar começa a pegar fogo. Socorro.
Depois de um início de tarde de segunda-feira extraordinariamente atípico, tumultuado, turbulento, nada como pegar o elevador de volta, apertar o oito, encontrar meu refúgio em ordem. Na velha paz que eu amo e conheço.
O dia terminou bem, obrigada. Mil vezes obrigada, não canso de agradecer. Ser, estar, transformar. Ver que tudo não passou de um susto.
A tarde caiu, o interruptor continuou impassível ao toque, a sala escureceu. (Escuro também estava o coração à minha frente, escuro de tanto doer.)
O último atendimento foi iluminado de velas, e elas também pareciam conversar. Chorar, palavra por palavra. Aconchegar emoção, silêncio, fala, escuta.
Terapia à luz de velas, nem preciso dizer o quanto foi lindo.
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